Jogadores da seleção recebem orientação de Felipão: passagem rápida pelo Morumbi| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Futuro

Fora do Mundial, Morumbi vira problema para o São Paulo

A briga entre Juvenal Juvêncio e Ricardo Tei­­xei­­ra tirou o Morumbi da Copa e arrumou problemas a longo prazo para o São Paulo. Sem o Mundial, o clube teve de engavetar o projeto de reforma de R$ 250 milhões. No início do ano, o Conselho Deliberativo tricolor vetou a construção de uma nova cobertura por R$ 30 milhões. A solução será partir para um projeto de reconstrução, mais caro (cerca de R$ 460 milhões) e demorado. Ao mesmo tempo, os rivais Corinthians e Palmeiras inauguram arenas novas. Séria ameaça à hegemonia do Morumbi em grandes shows, nicho que rendeu R$ 4 milhões ao clube em 2013. "O Morumbi é um estádio velho e ultrapassado, virou o velho Canindé", afirmou Carlos Miguel Aidar, atual presidente, no mês passado.

A declaração repercutiu mal entre torcedores e conselheiros. Por isso, o presidente são-paulino passou a adotar um discurso mais neutro. "Não conheço os estádios dos rivais", diz.

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O palco é o Morumbi. Em cam­­po estarão a seleção brasileira e uma república da anti­­ga Iugoslávia. Mas a data e o pe­­so do jogo são totalmente diferentes do desenhado quando o Brasil foi escolhido sede da Copa de 2014, há sete anos.

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Indicado como estádio de São Paulo na primeira matriz de responsabilidades para o Mundial, o Morumbi terá um papel de coadjuvante no torneio. Sairá de cena antes mesmo do pontapé inicial. Cotado para jogo de abertura, o maior estádio da maior cidade do país terá se contentar com o último amistoso do Brasil, contra a Sérvia. O teste foi empurrado goela abaixo do técnico Luiz Felipe Scolari para afagar um novo aliado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Eleito presidente do São Paulo em abril, Carlos Miguel Aidar tem negócios com o atual vice e futuro presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. O escritório de advocacia do di­­rigente tricolor defendeu a Confederação na ação da Por­­tu­­guesa para reverter a perda de quatro pontos que mandou o clube para a Série B. José Maria Marín, presidente da entidade, é torcedor e até jogou no São Paulo.

A relação é totalmente opos­­ta àquela que varreu o Mo­­rumbi da Copa. Juvenal Juvên­­cio colocou-se como oposição a Ricardo Teixeira na CBF ao tentar manter no Clube dos 13 a negociação dos direitos de transmissão do futebol brasileiro.

Como vingança, o então presidente da Con­­federação e do Comitê Organizador Local (COL) começou a trabalhar nos bastidores para levar os jogos de São Paulo para o estádio do Corinthians, na época sem nem mesmo um lugar para ser construído. A ideia logo foi comprada pelo então presidente Lula, corintiano. Também não encontrou oposição do então prefeito paulistano Gilberto Kassab, que teria a prerrogativa de bancar o Morumbi. Em agosto de 2010, a troca foi formalizada em encontro entre Teixeira, Kassab e o governador paulista Alberto Goldman.

A casa são-paulina acabou ficando totalmente fora do Mundial. Além de não receber jogos, nem sequer foi selecionada como campo de treinamento. Restou uma partida em que o Brasil enfrentará um espelho da Croácia – este, sim, o adversário da partida valendo três pontos. Um misto de prêmio de consolação e pedido de desculpas, embora o clube não admita. "Não entendo o jogo no Morumbi como um prêmio de consolação ou um pedido de desculpas. É só um amistoso da seleção antes de Copa, receberemos todos muito bem e espero que o Brasil ganhe", afirmou Aidar.

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