Quando ouviu o diagnóstico da lesão de Neymar, na última sexta-feira, após a partida contra a Colômbia, o ex-zagueiro Alexandre Luz relutou em acreditar. Dez anos atrás, por causa de um trauma similar, era o ex-jogador do Coritiba, hoje empresário de jogadores, quem chorava copiosamente enquanto recebia atendimento no gramado. No caso do paranaense, ao invés de uma, foram duas vértebras trincadas.
"É terrível. Você fica totalmente limitado naquela hora. Não consegue fazer movimento algum", relembra Luz. "Não tem como esquecer a dor", enfatiza.
Ao contrário do camisa 10 da seleção, que se machucou por causa de uma joelhada do colombiano Zúñiga, a lesão do defensor aconteceu em uma queda na partida entre Coritiba e Fluminense pelo Brasileiro de 2004. Na disputa de bola pelo alto, ele subiu junto com Roberto Brum e Edmundo e caiu de costas no chão. De lá, também saiu de ambulância direto para o hospital, onde foram constatadas fissuras nas vértebras L3 e L4.
"Fiquei uma semana em repouso total. Usei uma espécie de cinta, um colete para deixar a coluna mais parada possível e diminuir a dor. Até para levantar da cama eu precisava de ajuda. Parecia o Rococop", compara.
Ex-médico do Coxa, Walmir Sampaio estava no Couto Pereira naquela noite de 19 de agosto. Especialista em traumatologia esportiva, ele explica as lesões de Neymar e Alexandre Luz não são graves, apesar do alto nível de dor.
"É um tipo de lesão mais simples, que não necessita de tratamento cirúrgico", afirma Sampaio. "É preciso ficar em casa, de repouso nas primeiras semanas. Porque qualquer movimento vai doer. O Neymar pode tirar o colete para dormir, mas vai precisar colocar quando for se movimentar", emenda o médico, que acredita que o atacante consiga liberação médica para assistir à final, caso o Brasil passe, no Maracanã.
Em aproximadamente duas semanas, o atacante do Barcelona poderá fazer um trabalho leve, que vai aumentando com evolução do quadro. A consolidação completa leva de quatro a seis semanas. No caso de Alexandre Luz, foram exatos 71 dias entre a lesão e o retorno aos gramados. Para ele, tempo suficiente para exercitar a paciência. Para Neymar, o espaço de uma Copa que não voltará.
"Na minha época via televisão, a internet era pouca. Recebia os amigos, ficava mesmo com a família. Não dá para fazer nada. Para o Neymar, é hora de se apoiar na família e tentar se recuperar. Mas dá dó porque quando ele voltar a jogar a Copa já passou", lamenta Luz.
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