Público ignora erros de finalização em encontro com ídolos
O único treino aberto da seleção até o fim da Copa teve público fisicamente distante e um festival de finalizações erradas. Os 20 mil ingressos foram distribuídos, mas a plateia era maior porque as crianças não precisavam de bilhetes. Todos foram acomodados no segundo anel da arquibancada do Serra Dourada. A geral ficou fechada, o que aumentou ainda mais a distância para o campo no estádio, uma versão reduzida do velho Maracanã.
De longe, os torcedores viram por pouco mais de uma hora um festival de finalizações erradas. Tanto na metade do campo onde os titulares faziam uma movimentação sem adversário como do outro lado, em que o treino era específico de chute a gol.
Os preferidos, como de costume, eram David Luiz e Neymar. O atacante foi o último a subir ao gramado e também a sair. Na despedida, fez embaixadinhas e chutou a bola para a arquibancada. Na tentativa de pegá-la, três torcedores acabaram jogando a Brazuca para a geral.
Mesmo sem levar o souvenir, o público saiu satisfeito. Centenas esperaram a saída do ônibus da delegação, na única chance de ver os craques de perto. Os ingressos a R$ 100 e R$ 280 espantaram muita gente do amistoso. "O preço unitário não é tão alto. Mas comprar para a família inteira não dá, então o jeito foi ver o treino", disse a dona de casa Tatiane Barbosa, que foi ontem ao Serra com o marido e as três filhas.
R$ 280 é quanto o torcedor terá de desembolsar para assistir, no melhor lugar do Serra Dourada, o amistoso de hoje entre Brasil e Panamá. Os ingressos partem de R$ 100. Valor que fez com que muita gente optasse por apenas assistir ao treino de ontem, aberto ao público.
A precoce carreira de Neymar pode ganhar um marco importante hoje, no amistoso contra o Panamá, no Serra Dourada. Se balançar a rede, o principal craque da seleção brasileira chegará a 200 gols na carreira. Marca expressiva que ele atingiria antes dos outros três principais atacantes presentes na Copa do Mundo de 2014.
INFOGRÁFICO: Se marcar diante do Panamá, Neymar atingirá a marca de 200 gols na carreira
Neymar completa hoje 22 anos e 117 dias. Lionel Messi só foi atingir essa marca na carreira dois anos mais velho. O português Cristiano Ronaldo, melhor do mundo em 2013, e o uruguaio Luís Suárez chegaram aos 200 com 25 anos.
O gol encerraria um jejum de dois meses. Neymar não balança a rede desde 1.º de abril, quando fez o gol do Barcelona no 1 a 1 com o Atlético de Madrid, pela Liga dos Campeões. Desde então, o atacante passou três semanas machucado. Ainda assim, esteve em campo sem marcar por 328 minutos distribuídos em cinco jogos.
Jogador mais midiático da seleção brasileira, Neymar tem sido preservado ao máximo do assédio durante a preparação. Não foi escalado nem uma vez sequer para entrevistas. O único contato com a imprensa foi no dia de chegada à Granja Comary. Foi fotografado em uma rápida ação promocional com patrocinadores da seleção.
A aproximação com os fãs também tem sido restrita. Apenas uma vez atendeu o chamado dos moradores do condomínio vizinho à Granja Comary para autógrafos e fotos. Em Goiânia, atendeu rapidamente alguns no hotel da seleção.
Mesmo distante, Neymar causa furor em qualquer aparição. Arrancou gritos estridentes de adolescentes quando tirou a camisa para jogar futevôlei, sexta-feira, em Teresópolis. Ontem, esperou estrategicamente alguns segundos para subir ao gramado depois de todos os demais jogadores já estarem no campo.
Ontem Neymar teve confirmado outro atestado da sua precocidade. A exemplo da Copa das Confederações, vestirá a camisa 10 do Brasil com o nome "Neymar Jr" logo acima do número, segundo anunciado no site da CBF. Somente Pelé vestiu a mais pesada camisa do futebol mundial mais jovem em uma Copa. Aos 17 anos, por acaso, em 1958, e aos 21, em 1962.
Outros nove brasileiros tiveram essa honra desde 1954, quando a Fifa passou a exigir numeração nas camisas e Pinga usou a 10. Dos times campeões mundiais, três tiveram o camisa 10 como protagonista: 58 e 70, com Pelé, e 2002, com Rivaldo. Em 62, o Rei se machucou e Garrincha puxou o time. Em 1994, Raí foi para o banco ainda na primeira fase.
Alguns fracassos históricos da seleção também passaram pelo camisa 10. Em 1990, Silas nem saiu do banco, e em 2006, Ronaldinho Gaúcho foi o mais apagado vértice do quadrado mágico.
Para escrever a sua história com a camisa 10 do Brasil da melhor maneira possível, Neymar tem a confiança de Felipão. Inclusive para bater dois gigantes do futebol atual que ele deixará para trás já com um gol diante do Panamá.
"Tem de perguntar para o treinador do Portugal e o da Argentina o peso do Cristiano Ronaldo e do Messi para eles. Analiso o Neymar como um grande craque que jogaria em qualquer seleção do mundo. E que portanto faz falta a qualquer equipe que não tenha ele à disposição", disse o treinador brasileiro.
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