Curitibanos aproveitaram os jogos na Arena da Baixada para entrarem no clima da Copa| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Das 39.061 pessoas que estiveram na Arena nesta segunda-feira (16) para assistir o primeiro dos quatro confrontos que o estádio curitibano na Copa do Mundo 2014, a grande maioria tinha o sotaque curitibano. Ainda na terceira fase de venda de ingressos, em maio, já se sabia que moradores de Curitiba e região seriam maioria dentro da Arena no confronto entre Irã e Nigéria – dos ingressos vendidos para os quatro jogos, 58% eram para moradores locais – outros 18 % para brasileiros de outras cidades e estados.

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Iraquianos compraram 1,8% das entradas (cerca de 740 ingressos) e nigerianos, 1,6% (cerca de 660 tíquetes). Mas, ao vivo, a dominância curitibana parecia ainda maior: nas filas nas entradas do estádio, uma rápida consulta aos que ingressavam no estádio confirmava a impressão: em média, a cada dez pessoas na fila, oito eram da capital paranaense.

Não à toa, em meio às cores dos dois países e à maioria das camisas da seleção brasileira nas arquibancadas, não raro se via as dos clubes do Trio de Ferro - Atlético, Coritiba e Paraná. Por isso, na segunda metade do segundo tempo, quando a partida seguia enfadonha, parte dos torcedores atleticanos fez questão de reforçar que estavam em sua casa e ensaiaram um grito de "Atlético".

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Mas o jogo é de Copa do Mundo e vários outros sotaques foram ouvidos pela Baixada, como o do grupo de uruguaios que não conseguiu ingressos para nenhum jogo da Celeste, para não perder a chance de marcar presença no Mundial do país vizinho, dirigiu 24 horas seguidas de Montevidéu a Curitiba para ver o empate sem gols entre Irã e Nigéria. "Fora os problemas com as estradas, tivemos uma boa viagem até aqui e fomos bem recebidos na cidade. Vamos assistir ainda Honduras e Equador", conta Gerardo Hernandez, um dos quatro amigos da empreitada, sobre o próximo jogo em Curitiba.

Entre os torcedores das duas seleções que se enfrentaram nesta segunda, boa parte seguirá os rumos de suas equipes. O engenheiro aposentado Andrew Sawhin, iraniano que vive nos Estados Unidos, veio com a família e outros 40 iranianos a Curitiba para assistir ao primeiro confronto da seleção de seu país natal neste Mundial. "Viemos em um grupo de 40 iranianos e vamos seguir para os jogos do Irã em Belo Horizonte [21 de junho, contra a Argentina] e em Salvador [25 de junho, contra a Bósnia]."

Já os nigerianos demoraram a aparecer na Arena, mas quando o fizeram, causaram boa impressão nos torcedores brasileiros: chegaram em uma grande e festiva comitiva de quase 300 pessoas, com música e banda de metais, como trompete, que não puderam entrar na Arena, pelas normas de segurança.

A proibição da entrada dos instrumentos musicais não só gerou uma breve discussão entre alguns torcedores nigerianos insatisfeitos e os voluntários que cuidavam do acesso ao estádio, como também foi considerada por alguns torcedores a causa da falta de gols dos Super Águias.

"Viajamos para torcer, dar suporte ao time, leva-los para frente. E não nos deixaram fazer isso. Claro que os jogadores sentiram falta, alterou seus ânimos", avaliou James Yemisi, que acompanha a seleção deste a Copa de 1994.

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