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Em meio ao amarelo da seleção brasileira, bandeiras do Paraná e do Atlético e camisas do Coritiba na arquibancada suja de poeira da obra | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Em meio ao amarelo da seleção brasileira, bandeiras do Paraná e do Atlético e camisas do Coritiba na arquibancada suja de poeira da obra| Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo

O Comitê Organizador Local (COL) classificou a operação de Curitiba – última sede a estrear – como a melhor entre as 12 cidades que recebem a Copa do Mundo, considerando a avaliação de todos os serviços. De fato, a logística para o jogo entre Irã e Nigéria funcionou a contento. Para o público, porém, algumas coisas deixaram a desejar, principalmente a falta de acabamento e limpeza em áreas internas da Arena da Baixada – quesitos que não entram na planilha da organização.

Veja a opinião dos torcedores estrangeiros sobre o primeiro jogo da Copa do Mundo em Curitiba

As primeiras horas da manhã foram calmas na região, com trânsito fluindo, funcionários da Fifa circulando e comércio aberto. A Rua Buenos Aires centralizou seguranças, voluntários e funcionários. Uma grande fila se formou, mas de seguranças. Todos os cerca de 500 tiveram de passar pelo detector de metais e o crivo da Polícia Federal. Por isso, só acabaram de entrar perto do meio-dia.

"Com credencial [de morador] está muito tranquilo. Não tem barulho, a equipe da prefeitura tem mantido tudo limpo e nunca estivemos tão seguros aqui", comentou a farmacêutica Ana Carolina Bohn, de 34 anos, que passeava com seu cachorro na região por volta das 9 horas.

No decorrer do dia, porém, a restrição da circulação de veículos nas ruas mais próximas do estádio causou transtornos. A Avenida Silva Jardim, por exemplo, ficou parada. Esse congestionamento fez com que a espera pela Linha Circular Copa fosse 20 minutos maior do que os dez prometidos. Encontrar os locais de parada do ônibus também não foi fácil, pois apenas um papel sulfite fazia a indicação.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) chegou ao estádio por volta das 14 horas e elogiou a operação. "Tínhamos mais de 80 mil pessoas circulando na região e era aceitável que houvesse algum congestionamento. No mais, o público compareceu em bom número e as delegações chegaram no horário", disse, antes de manifestações tumultuarem a cidade.

Ao mesmo tempo, o clima de Copa enfim tomava conta de Curitiba. Eram milhares de torcedores caminhando em direção à Arena, fazendo festa. Especialmente os barulhentos nigerianos, com suas cornetas – que depois seriam impedidas de entrar, tirando boa parte da alegria nas arquibancadas.

Mesmo dentro da zona de restrição, um cambista oferecia ingressos. Disse que possuía entradas categoria 1 para Irã e Nigéria por R$ 500 – preço que depois caiu a R$ 350, mesmo valor cobrado originalmente.

Houve filas para entrar no estádio, mas fluíram bem. Com exceção do portão 1, com 20 minutos de atraso, os demais abriram pontualmente às 13 horas. A mesma calmaria não foi vista nos quiosques de alimentação, com filas que geraram até discussões. A aglomeração fez, inclusive, torcedores perderem parte do segundo tempo.

Nas arquibancadas, cerca de 80% de curitibanos se sobrepunham a grupinhos de iranianos, nigerianos ou "penetras". Predomínio de camisas amarelas da seleção e o manjado coro de "Eu, sou brasileiro...", mas também uniformes e bandeiras de Atlético, Coritiba e Paraná. Todos com os pés sujos, por causa da poeira da obra que não foi retirada a tempo, se acumulou em alguns locais e virou lama em outros.

Avaliação

Aprovados

Mobilidade interna

Acessos e dependências do estádio estavam bem sinalizados, o que facilitou a mobilidade dos torcedores. Apesar do prédio inacabado da Rua Brasílio Itiberê, os corredores deram conta da circulação dos torcedores. Acesso a deficientes físicos também funcionou a contento.

Conforto

Visão do gramado é ótima e as cadeiras são confortáveis, com bom espaço para circular. Telão ajuda muito os torcedores a acompanhar o jogo.

Ingresso

Houve filas nos acessos à Arena da Baixada e a abertura do portão na Rua Buenos Aires atrasou 20 minutos. Mas nada que fizesse o torcedor perder o início do jogo. Reportagem flagrou a ação de cambistas dentro da zona de restrição da Fifa.

Estacionamento

Estacionamentos para funcionários e "família Fifa" funcionaram bem, muito por causa da chamada zona de restrição. Carrinho especial que levava torcedores do limite do bloqueio até o estádio também funcionou.

Imprensa

Serviços destinados à imprensa razoáveis. Apesar de algumas quedas, a internet da tribuna foi confiável. Assim como no restante do estádio, também era possível ver resquícios de obra inacabada.

Deixou a desejar

Mobilidade urbana

Devido ao trânsito na cidade, a linha Circular Copa passou com intervalos superiores ao prometido e os ônibus transitaram cheios desde as 13 h. Sem carros na zona de restrição, torcedores caminharam livremente pelas vias próximas da Arena.

Limpeza

Houve esforço para deixar tudo limpo, mas o cenário era de obra recém-concluída. Paredes em estado bruto, areia e terra eram notadas em todo parte. Havia sujeira da obra na arquibancada.

Alimentação

Geladeiras não sofreram desabastecimento como em outras sedes, mas as filas foram longas durante o intervalo e chegaram a gerar atritos entre torcedores. Como anunciado antecipadamente, preços muito acima do mercado.

Gramado

No último estádio a ser entregue para a Copa, alguns tufos de grama foram se soltando durante a partida. Mas nada comparado à Arena Amazônia, criticado até pelo governo amazonense.

Gringos

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