As obras para a conclusão da Arena da Baixada para a Copa de 2014 começaram ontem pela manhã na base da confiança. Ainda sem recursos disponíveis, o gestor da nova edificação, Mario Celso Petraglia, contou com seu acesso no mercado de construção para que algumas empresas iniciassem as intervenções mesmo sem receber nenhum centavo.
"Todo mundo começou aqui sem receber nada. É uma catedral. Isso é um evento público, não se ganha, não se cobra, é para o bem da população e da comunidade. Isso não tem dono, todo mundo quer ajudar e colaborar. É uma catedral", resumiu Petraglia.
A confiança estampada no rosto do dirigente também se traduziu em palavras, lembrando a reconstrução do Joaquim Américo a partir de 1997. "Fizemos o que estão vendo [apontando para o estádio]. O que diremos agora, qual é a preocupação de não viabilizarmos? Zero, absolutamente zero", garantiu.
Apesar do otimismo, alguns pontos a respeito do empreendimento ainda permanecem sem explicação, como o orçamento final e como serão garantidos os empréstimos do governo estadual e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Estamos estimando, o clube e o Ippuc [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba], que nos acompanhou durante esse processo, em R$ 180 milhões", limitou-se a dizer Petraglia. "Podem ficar tranquilos e seguros que teremos os recursos e não endividaremos o clube", concluiu.
Três empresas da área da construção civil estão a postos no terreno onde futuramente ficarão as garagens e centro de imprensa, bem como as arquibancadas do setor da Brasílio Itiberê. Uma delas, inclusive, é a gerenciadora Engevix, que formalizou a participação na empreitada na manhã de ontem.
Mais de 20 caminhões, alguns tratores e máquinas para fundação estão no local desde ontem. Entretanto, alguns operários que estiveram no evento que marcou o lançamento das obras afirmaram que ainda não haviam sido comunicados sobre quando começariam a trabalhar e nem quais as tarefas a serem cumpridas.
A primeira fase está prevista para se estender até o final deste ano e deve compreender basicamente a preparação do terreno para as futuras mudanças arquitetônicas. Serão 90 dias para serem realizadas escavações, remoção de terra, contenções e fundações.
Os passos seguintes, porém, seguem indefinidos e não foram divulgados pelo clube. A previsão de término segue para dezembro de 2012 e a de inauguração 29 de março de 2013, data do aniversário de Curitiba.