O Seminário de Equipes da Copa do Mundo de 2014 teve seu primeiro protesto. Não com os black blocs, temidos a ponto de o governo de Santa Catarina ter pedido reforço da Força Nacional na segurança do evento. Mas com um grupo de cerca de 20 artistas moradores do Santinho, bairro de Florianópolis onde o fica o resort que recebe o evento da Fifa. O grupo, posicionado a 500 metros da entrada do hotel, vestia roupas coloridas, perucas, tinha o rosto pintado e batucava marchinhas com instrumentos musicais. Nas mãos, cartazes contra o pesado investimento no Mundial de 2014 em contraponto ao baixo investimento na região, a manipulação da mídia e a corrupção.
"É um protesto contra tudo. A Copa é só a gota dágua. O Brasil é o país da impunidade e a Copa, o futebol e a Fifa estão inseridos nesta realidade. São todos farinha do mesmo saco. O Brasil precisa de saúde, esgoto, educação. Precisa de menos estádios luxuosos e mais campinhos de pelada", disse uma manifestante que se identificou apenas como Valéria, trazia um girassol pendurado no vestido e tinha o rosto pintado. "A gente é da arte, da paz, da alegria. Protesto não precisa ser sisudo e violento", explicou.Moradora do Santinho há mais de 20 anos, Maria Flor Penrose, de 36 anos, reclamou da falta de segurança pública no bairro e do projeto de expansão imobiliário na Lagoa do Jacaré, próximo ao Santinho. "Não tem saneamento básico, mas tem dinheiro para estádios luxuosos", reclamou.O ato foi acompanhado por mais de 20 policiais (mais de um por manifestante). Pelo menos dois deles faziam fotos e vídeos dos manifestantes para futura identificação.Os quatro ônibus que levavam os treinadores presentes ao Seminário de Equipes ao jantar oficial do evento passaram na frente do grupo. Eles foram vaiados e alguns treinadores chegaram a olhar pela janela do veículo.
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