O sucesso de um trabalho no futebol brasileiro pode ser mensurado pela permanência de um treinador no cargo. E o Corinthians, bicampeão mundial neste domingo, é prova viva disso. Do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em dezembro de 2007, até a conquista no Mundial de Clubes da Fifa, pouco mais de cinco anos depois, o time só teve três treinadores. Adilson Batista teve uma curta passagem para se esquecer, mas Mano Menezes e Tite, juntos, levaram o clube a uma histórica volta por cima.

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Mesmo quanto teve que viver a vergonha de jogar a Série B, o Corinthians não pensou pequeno. Liderado pelo então presidente Andrés Sanchez, o clube foi atrás de Mano Menezes, que, pouco antes, havia levado o Grêmio da segunda divisão à final da Copa Libertadores em apenas dois anos. No Parque São Jorge, o treinador teve o respaldo da diretoria para montar o elenco a seu gosto.

Logo o trabalho de Mano Menezes deu resultado e o Corinthians chegou à final da Copa do Brasil, perdendo de maneira dolorosa para o Sport. Depois viria a histórica campanha na Série B, conquistada com apenas três derrotas e o apoio maciço da torcida que se uniu à causa corintiana. Ainda era 2008 e o treinador já montava parte da base da equipe campeã neste domingo, com o lateral-direito Alessandro e o zagueiro Chicão, dois dos quatro defensores titulares.

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A série de conquistas com Mano Menezes não parou. No primeiro semestre de 2009, se não tinha a Copa Libertadores, o clube faturou o Campeonato Paulista de forma invicta e também a Copa do Brasil. O trabalho do treinador seguia agradando, apesar da eliminação na Libertadores de 2010 para o Flamengo. Mas o tropeço, como Andrés Sanchez sempre falou, serviria de lição para um time que precisava se acostumar a jogar a competição continental, sua grande sina. Precisaria se calejar para ser campeão.

Mano Menezes só deixou o Corinthians para assumir a seleção brasileira. Seu substituto foi escolhido a dedo pela diretoria: Adilson Batista. Mas a opção rapidamente se mostrou um raro erro no trajeto e o treinador logo perdeu seu cargo. Para o seu lugar foi contratado Tite, que treinou o time em oito jogos do Brasileirão de 2010, passando invicto e levando o clube à fase preliminara da Libertadores.

Mas aí veio o pior momento desde a queda para a Série B: a eliminação diante do colombiano Deportes Tolima. Seria motivo suficiente para Tite ser demitido, mas a diretoria preferiu manter o treinador, contrariando a torcida, que implorava pela sua cabeça, justificando que o técnico era retranqueiro. A escolha, depois, se mostraria acertada, com o título do Brasileirão de 2011, classificando o time para a Libertadores.

No primeiro semestre deste ano, veio, enfim, a consagração. Na Libertadores, o time teve padrão de jogo, terminou a competição invicto e com a melhor defesa. O triunfo final sobre o todo poderoso Boca Juniors era a prova de que o Corinthians chegava a outro patamar.

Não havia mais dúvida sobre a qualidade do trabalho de Tite. Tanto que ela apareceu novamente durante o Brasileirão. Mesmo com o time jogando a competição sem motivação, o Corinthians terminou em sexto lugar e, não fosse a derrota para o São Paulo na última rodada, poderia ter sido campeão do segundo turno.

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Futebol não falta para os corintianos. Se antes o sonho era sair da Série B, agora a meta é o bicampeonato da Libertadores, o tri do Mundial e ainda atingir um feito inédito conquistando o Brasileirão no mesmo ano. É bom não duvidar do Corinthians de Tite.