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A Timemania e a divisão de verbas

A partir do ano que vem os clubes irão receber o repasse de verbas oriundas da Timemania, obedecendo ao ranking dos mais bem colocados em 2010. Ou seja, quem ficar entre os 20 clubes que mais receberam apostas no "Time do Coração" este ano, poderá dividir 65% do valor que é destinado aos clubes. Para se ter uma idéia da diferença, clubes que ficarem entre as posições 21 e 40, terão que dividir apenas 25% e os times que ficarem no grupo 3 dividirão 8% da verba.

Lançada no início de 2008, a Timemania ainda não caiu no gosto dos torcedores brasileiros. Seja pelo preço da aposta (R$ 2), seja pela premiação baixa – comparando com a Mega Sena, que paga muito mais, por um valor de aposta mais baixo – a loteria não tem chamado muito atenção para os clubes de futebol. Os valores repassados aos clubes servem para que se quitem débitos com o INSS e o Governo Federal. Se o valor mensal recebido pelo clube ficar acima do que o valor devido (essa dívida já foi calculada e parcelada), a sobra vai para os cofres do clube.

Como apostar?

No volante de apostas da Timemania existem 80 números e 80 clubes. Você escolhe dez números e marca um "time do coração". Sete números são sorteados e se você tiver de três a sete acertos, ganha um prêmio em dinheiro. Se acertar o time do coração, você ganha o valor da aposta (R$ 2), de volta.

Com cada vez mais status dentro do Coritiba (vide mudanças no estatuto), o sócio torcedor precisa mostrar sua força nos próximos dias se não quiser ver o clube do coração se complicar ainda mais financeiramente. Restando apenas três concursos da Timemania até o final do ano, o Coxa ocupa a perigosa 20ª posição no ranking dos clubes que têm direito à maior fatia dos benefícios oferecidos pela loteria.

Hoje, segundo lista publicada no site da Caixa, o Alviverde soma um total de 726.300 apostas no ano (que corresponde a 1,27% do total). Logo em seguida, na 21ª colocação, o Juventude tem 717.751 apostas. Uma diferença de apenas 8.549 apostas. Tomando como base a diferença entre os dois times no concurso anterior (3.053), o número que mantém o Coxa no G-20 será superado até o final do ano.

Quem consegue permanecer no grupo dos principais times da loteria tem direito a dividir 65% dos valores destinados aos clubes. Se cair para a "série B" da Timemania, o clube teria que dividir apenas 25% da verba total com outros 20 clubes. Os demais 40 (que ficam no chamado grupo 3) ficam com apenas 8% e os demais com 2%.

Para o gerente administrativo Coxa, Valter Alves, a situação preocupa muito. "A diferença entre um grupo e outro é gigantesca. A queda de grupo significa uma diminuição muito grande dos valores que serão abatidos da dívida que o clube parcelou em 2007. A permanência é obviamente fundamental para a gente e por isso pedimos a ajuda do torcedor. Quanto mais arrecadamos, mais abatemos da dívida final", disse à Gazeta do Povo.

O Coritiba financiou com o governo federal uma dívida de 21 milhões e com as verbas recebidas tem abatido mensalmente esse débito. Aproveitando o ensejo, Alves critica a mecânica atual da loteria. "A arrecadação da Timemania é irrisória perto do que deveria ter acontecido no projeto inicial. Tanto que estão estudando mudanças, afinal ela é bem pouco atrativa", reclamou.

O diretor garante que o clube tem se mobilizado internamente – pedindo ajuda para sócios e conselheiros (num sistema de cotas) - para melhorar o seu desempenho. "Temos pedido ajuda. Em outros estados ainda se pratica ilegalmente a venda casada, o que acaba atrapalhando nossa situação. Mas não podemos perder essa posição de nenhuma maneira".

O Atlético-PR segue com tranqüilidade no G-20 e ocupa a 18ª colocação (752.303 apostas). O terceiro paranaense mais bem colocado é o Londrina na 27ª colocação (543.416) e o quarto o Paraná Clube (55ª posição com 381.806 apostas).

Disputa acirrada pelas estrelas de prata

A briga que será "provocada" pelo Coritiba ainda vai dar o que falar. O clube deve levar para a consulta popular a decisão sobre a colocação ou não das estrelas de prata (em alusão às conquistas da Série B do Brasileirão) junto ao escudo do time. Depois de revelar a ideia em primeira mão, a Gazeta do Povo sugeriu que os leitores escolhessem entre os quatro esboços dos modelos que deverão ser apresentados aos torcedores.

A primeira vista a diluição dos votos cria a impressão de que os 55% que são contra a colocação das estrelas de prata no escudo do Coritiba estão em larga vantagem. Mas, a soma dos votos destinados aos demais modelos atinge a marca de 45%, o que deixa claro que a disputa será bastante acirrada. O modelo que destaca a conquista de 1985 ficou com 22% dos votos, a que alinha as três estrelas acima do escudo ficou com 12% e a que apresenta as estrelas de prata embaixo do escudo ficou com 11%.

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