O goleiro Edson Bastos, do Coritiba, adota um discurso afinado com o do torcedor| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Personagem

Para Edson Bastos, circunstâncias exigem a conquista do título

O goleiro Édson Bastos foi bem claro: a obrigação do título paranaense é do Coritiba. "Até pelo fato de nós termos caído, dessa tragédia toda no Couto Pereira", disse o jogador. Ele tentou não menosprezar a necessidade de conquista atleticana e justificou a declaração: "Há quatro meses, nesse mesmo palco que pode nos dar o título, houve uma repercussão muito grande, e para nós que vivemos aquilo, é a chance de reverter".

Bastos ainda abordou a polêmica com Paulo Baier na semana passada. "Eu respondi o que veio do outro lado. Mas respeito muito o Paulo, que é uma excelente pessoa. Sempre tem uma provocaçãozinha", conta, bem à vontade no clima do clássico. Bastos não teme a pressão da torcida em caso de derrota, dado o histórico recente: "O importante é a gente estar consciente disso e no domingo fazer acontecer em campo."

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Alviverdes

Tapetão

O Pleno do STJD julgará no­­vamente hoje o caso do Estádio Couto Pereira, interditado após atos de vandalismo de torcedores do Coritiba depois do em­­pate por 1 a 1 com o Fluminense, na última rodada do Campeonato Brasileiro 2009.

Sócios

Motivado pela grande procura por associações nas vésperas do Atle­­tiba, o Coritiba ampliou o horário de aten­­di­­mento para quem quiser fazê-lo. Hoje, o expediente vai até as 23 h. Os ingressos avulsos, no entanto, só serão vendidos até as 19 h.

Veja como será o esquema de segurança para o Atletiba
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Há um consenso de que se o clássico empatar, o Coritiba po­­de se considerar campeão paranaense. Afinal, irá manter a vantagem de um ponto para o rival e enfrentará, em casa, o combalido Cascavel – pior ti­­me da se­­gunda fase, à frente do Corin­­thians-PR só pelo melhor desempenho na primeira parte da competição. Assim, o clube passa a conviver com a necessidade de administrar a vantagem.

"Nós vamos pensar nela só no fim da partida. Naqueles cinco mi­­nutos em que se não der para ga­­nhar, também não dá para perder", conta Édson Bas­­tos. A frase do ca­­misa 1 alviverde vai de en­­contro ao que pensa o técnico Ney Fran­­co. Ele quer o time atacando o Atlético. "A gen­­­­te tem uma forma definida de jogar e ela deu certo. Dentro do Para­­naense os nú­­meros são ex­­ce­­lentes e eu não vejo por que mu­­­­­dar nesse momento", diz. "Já tes­­tamos contra o Atlético in­­clusive, lá no campo deles, e a nossa equipe foi me­­lhor, embora o placar tenha sido 1 a 1."

A vitória coritibana define o campeonato. O empate encaminha. Mas o técnico não quer ad­­mitir essa possibilidade.

"Um empate e nós temos de jo­­gar com o Cascavel na última rodada e aí é outro processo de mobilização", diz. Razões para pensar assim ele tem de sobra. Em 2008, defendendo o Rubro-Negro contra o atual time, vencia por 2 a 0 e ficava com a taça. A vantagem (e o título) foi embora com um gol de Henrique Dias.

"Ocorreu um erro do zagueiro com o goleiro. Poderia ser melhor para mim que estava lá, já ter esse título no currículo. Mas agora eu não quero perder essa oportunidade", projeta.

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O único paradoxo nas declarações surge ao se inverter o raciocínio: e se o Atlético vencer o Atleti­­ba? Fica difícil, não? Lean­­dro Doni­­zete atesta. "Sim. Não podemos perder de forma alguma. O Iraty é um excelente time, mas no finalzinho não vai ter como". Ou seja: se mantiver a vantagem, nada ganho; se perdê-la, tchau conquista.

"A gente tem de tomar as rédeas do jogo, dar o ritmo do jogo", pede o treinador. E para ter posse de bola, tem de marcar, alerta Do­­ni­­zete: "Se não mar­­car desde do ataque, a bola chega espirrada para nós". Por outro lado, Franco não espera nenhuma surpresa vinda da Baixada. "As duas equipes não vão sair do que vêm mostrando no cam­­­peonato", comenta. Ele, que vê no duelo de hoje a chance de o rival se desgastar fisicamente no embate desta noite com o Palmeiras, vai ficar de olho na tela para se as­­segurar disso: "É um jogo interessante... Depois dessa partida, [eles] têm pouco tempo para mudar contra a gente".