Opinião
Coritiba, enfim, sem pijama
Em campo dois times pressionados. De um lado o Coritiba, que ainda não havia conquistado três pontos longe do Couto Pereira. Do outro, o América que até esta rodada só havia vencido o Bahia na estreia do campeonato e, dependendo da combinação de resultados, corria o risco de acabar na lanterna o que aconteceu.
Mas o Alviverde foi superior. Não tanto quanto em outras partidas quando ao apito final lamentou o desperdício de inúmeras boas jogadas, e os erros de finalização, como contra Bahia e Cruzeiro. Desta vez valeu o aproveitamento. As chances, mesmo em menor quantidade, viraram gols. A volta de Tcheco, que comandou o meio de campo, fez a diferença. E o alívio por ter tirado o pijama pode dar a equipe novo ânimo para brigar por posições mais acima na tabela.
Sabrina Coelho, repórter
O Coritiba precisou de seis partidas para finalmente desencantar fora de casa no Brasileiro. Ontem, a equipe venceu o América-MG por 3 a 1 na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e tirou um "peso das costas", segundo as palavras do goleiro Édson Bastos.
"Nós ficamos por dentro dos números e estávamos com uma ansiedade muito grande para vencer fora", admitiu Bastos. O Alviverde havia disputado 15 pontos como visitante e marcado apenas um, no empate sem gols com o Bahia (24/7). Somando-se todas as competições, o time não ganhava longe de Curitiba desde 28 de abril, quando fez 1 a 0 sobre o Caxias, pela Copa do Brasil.
De acordo com o atacante Marcos Aurélio, o fim do jejum dá "tranquilidade" para a sequência do Nacional, que continua nesta quarta-feira no Couto Pereira, contra o Palmeiras.
Com dois gols marcados, o atacante passou a somar quatro e só não se tornou o artilheiro do time porque Bill também balançou as redes (tem cinco). O baixinho, que abriu o placar em Sete Lagoas de cabeça, foi bastante elogiado pelo técnico Marcelo Oliveira. "Quando cai no pé do Marquinhos sempre sai coisa boa", afirmou o técnico, selando a paz depois da reclamação do jogador por ter sido substituído em Salvador.
Apesar da vitória, o Coritiba passou distante de suas grandes atuações. Com 28 minutos de jogo já vencia por 2 a 0 e mesmo assim permitiu que o América-MG pressionasse, especialmente no segundo tempo. "A gente não vinha conseguindo concluir bem fora de casa. Hoje [ontem] foi diferente", disse Rafinha, em análise que retrata bem o confronto.
Segunda equipe com mais finalizações certas no campeonato, o Coxa só encaixou cinco desta vez (quatro a menos que o rival) e ainda teve menos posse de bola: apenas 40,5%. Mas foi eficiente. "Uma coisa interessante é que talvez não tenhamos jogado tão bem como fizemos contra Botafogo, Corinthians e Cruzeiro, mas quando criamos, aproveitamos bem", avaliou Oliveira, citando três das últimas cinco derrotas fora de casa.
A partida com o Palmeiras será o reencontro com o time que marcou o melhor momento do Coxa na temporada. Em 5 de maio, pela Copa do Brasil, o time de Marcelo Oliveira venceu por 6 a 0 o rival paulista. Um novo êxito é fundamental para a caminhada rumo ao velho sonho da equipe, que não terá o lateral-direito Jonas, suspenso, e provavelmente o zagueiro Pereira, que saiu machucado da Arena do Jacaré. "Queremos disputar a Libertadores. Se não tivessemos potencial, não estaria falando isso aqui para vocês [repórteres]", resumiu Marcos Aurélio, mandando um recado à torcida.