Em meio aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, Curitiba recebeu ontem algumas dicas de sua irmã, Durban as duas cidades assinaram um acordo de cooperação no ano passado visando ao próximo Mundial. Participante da 2.ª Conferência Internacional das Cidades Inovadoras, a CICI2011, o secretário da prefeitura do município africano, Eric Apelgren, veio à capital paranaense trazer um pouco da experiência acumulada na organização da última edição do torneio da Fifa.
"Vejo características parecidas. Como Durban, Curitiba não é o centro do Brasil. Pode se aproveitar-se da exaustão de São Paulo e Rio", afirmou o visitante. Apelgren falou durante uma hora. Destacou inicialmente a importância de usar a competição para criar novos postos de trabalho e combater o déficit habitacional. A cidade sul-africana chegou a ver a taxa de desemprego cair 30% durante o evento, mas infelizmente o índice voltou a subir para o patamar anterior.
Antes de elencar os pontos negativos vividos no pré e, especialmente, pós-Copa, o convidado pediu muito cuidado dos organizadores do Mundial nos contratos com a Fifa. "É preciso verificar as obras como estradas, transporte e todas as melhorias para que fiquem como legado. Tivemos várias brigas com a Fifa porque os investimentos não podem só servir a ela, mas sim à própria cidade", comentou.
Dentre as dificuldades apontadas, a principal foi arrumar ocupação para os estádios. "É o grande desafio. Quando o governo os constrói, não é coisa boa", resumiu o palestrante, que atuou como coordenador das relações governamentais de Durban no Mundial. "Estamos pensando em destruir alguns, subutilizados e com manutenção muito alta. Também negociamos para que futebol e rúgbi [principal esporte da África do Sul] andem juntos. É interessante fazer parcerias com a iniciativa privada para a administração dos estádios", completou.
Curitiba passa atualmente por um impasse justamente em relação à Arena. O novo orçamento para a conclusão do estádio aumentou o custo da obra em 63% por causa das novas exigências da Fifa salto de R$ 135 milhões para R$ 220 milhões. O Atlético não aceita bancar as novas demandas.
Do outro lado do oceano, o Moses Mabhida, construído em Durban, teve sua capacidade reduzida, abriga jogos de vários esportes e tornou-se ponto turístico, com destaque para um teleférico com vista para a cidade litorânea.
Apelgren apontou ainda complicações sérias com a comercialização de ingressos para as partidas, reservas de hotéis e obras de mobilidade urbana. "A Fifa mudava muito as exigências. A companhia da entidade fez com que os nossos hotéis bloqueassem acomodações para o evento. Porém, nem metade delas se confirmou. Quanto aos ingressos, a população participou muito pouco, especialmente os mais pobres".
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