Farfus pede melhorias ao Autódromo Internacional de Curitiba
A confirmação de que Curitiba segue pelo terceiro ano consecutivo no calendário do WTCC é mais do que animador para Augusto Farfus Júnior. "Correr em casa é um prazer infinito. Acho que a prefeitura está de parabéns, o salto de qualidade a cada ano é notável. Mas o autódromo pode ser melhorado, ano passado tiveram que fechar os portões uma hora antes da corrida porque já estava superlotado. Acho que isso precisa ser revisto", fala, para depois complementar: "a idéia de trocar alimentos por ingressos foi uma ótima iniciativa, repercutiu bem aqui na Europa".
A entrada de novos circuitos e marcas para o ano que vem também foi comentada. "O campeonato cresce a cada ano, a Volvo, a Toyota e a Honda podem entrar já em 2008, e eu acho isso ótimo. O WTCC só fica atrás da F-1 e da MotoGP, e disputa espaço de igual para igual com o Mundial de Rali. A entrada das etapas do México e do Japão só corrobora isso, é um campeonato de baixo custo para as marcas, e repercute bem na venda de carros".
Questionado se acredita que algum outro brasileiro possa vir a participar da próxima temporada, Farfus lamenta, mas não vê isso acontecendo em breve. "Gostaria que tivessem outros brasileiros aqui, porque o campeonato está ganhando espaço, porém no Brasil ainda não recebe a devida atenção. Quem sabe a entrada de outro brasileiro ajudasse nisso. Mas não garanto nada, não tenho controle sobre as equipes", brinca.
Com três vitórias na temporada do Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC), o piloto curitibano Augusto Farfus Júnior conseguiu liderar boa parte do campeonato deste ano. E quando não estava em primeiro, sempre figurou na segunda posição. Entretanto, nas últimas duas etapas, problemas e acidentes deixaram a situação complicada para dono da BMW número 3. Nada que o desanime, ainda mais pelo que foi recentemente visto na Fórmula 1.
"Esse ano fiz uma temporada em que liderei o campeonato em boa parte, fiquei cinco etapas na frente, mas as corridas em Brands Hatch (Inglaterra) e em Monza (Itália) foram ruins. Na primeira tive problemas elétricos na tomada de tempo, e na corrida o Alain Menu (da Chevrolet) me bateu, e não pontuei. Já na outra foi o (Gabriele Tarquini) quem me acertou. Esses dois resultados foram fundamentais, e tenho que ser realista: não está favorável. Mas depois do que vimos na F-1 com o Raikkonen, tudo pode acontecer", diz Farfus, diretamente de Mônaco, onde aguarda pela etapa final do ano, no circuito de rua de Macau, na China.
As duas provas da etapa acontecem entre os dias 16 e 18 de novembro. Até lá, o curitibano procura manter o otimismo. "Com os meus problemas, perdi pelo menos oito pontos, que me colocariam com mais chances de título. Acho que faltou um pouco de sorte também, mas espero recuperá-la em Macau, um circuito complicado, no qual largar na frente é muito importante. Temos 20 pontos em disputa, então ainda dá para brigar, já que não tenho nada a perder. Vou para cima", revela.
No ano passado, correndo pela Alfa Romeo, Farfus chegou em Macau na liderança, porém o piloto não foi bem e deixou o caneco escapar. "Lá acontecem muitas bandeiras vermelhas (que paralisam a prova, principalmente por conta de acidentes), mas o curioso é que lá se encontra a curva mais lenta e a mais rápida do ano, tudo na mesma pista. É um desafio para todos fazer o carro render bem tanto em trechos de alta como de baixa velocidade".
Adversários
Ambos com 81 pontos, o britânico Andy Priaulx (da BMW, atual campeão do WTCC) e o francês Yvan Muller (Seat) lideram o campeonato. Eles estão empatados, mas Priaulx é o favorito para ficar com o título, já leva vantagem com um maior número de vitórias. Ainda assim, quem mais preocupa Farfus é Muller e os carros da Seat. A marca investiu pesado em um motor diesel e está colhendo os frutos na reta final da temporada.
"A BMW já venceu lá, mas mais do que cuidar da nossa performance, nós temos que ver como os carros a diesel vão se comportar. Eles vêm vencendo as últimas provas com esse motor, e é um mundo novo para as outras equipes, não sabemos a real força deles. A principal diferença é que o torque deste motor é grande, o que dá muita velocidade. Além disso, a Seat e a Chevrolet têm carros com tração dianteira, o que facilita o acerto dos carros", afirma o piloto.
Já o fato de correr com um lastro de 60 quilos o mais pesado não preocupa. "No ano passado corri em Macau com 80 quilos, que era o maior lastro na época. Neste ano todos os pilotos que disputam o título vão correr com o lastro máximo, não deve fazer diferença. Aliás, creio que o lastro terá vida curta no campeonato, hoje os carros estão muito parecidos, e o lastro só tira performance e não dá benefícios".
Sonho da Fórmula 1 ainda não morreu
Mesmo se não ficar com o título, o balanço de Farfus sobre a temporada até aqui é positivo. "Foi muito bom, ganhei provas, fui o melhor piloto da BMW durante parte da temporada, e ninguém na equipe esperava esse meu desempenho. Pra vencer o campeonato é preciso contar com vários fatores, inclusive sorte. Em relação ao ano passado, quando estava na Alfa Romeo, foi uma mudança grande, principalmente no sistema de trabalho. Basicamente comecei do zero neste ano, e o importante é o apoio que temos da BMW, quer acredita no mundo das corridas", conta, adiantando que correrá pela equipe na temporada 2008.
Quanto ao futuro pós-2008, Farfus prefere não adiantar nada. Mas deixa clara que o desejo de correr na Fórmula 1 ainda existe. Antes do WTCC, o curitibano trilhou os caminhos dos monopostos, e sagrou-se campeão da Fórmula Renault européia em 2001 e da Fórmula 3000 em 2003. "Olha, tenho só 24 anos, se você pegar o grid da GP2 (principal acesso à F-1), a média de idade não é tão baixa. O Timo Glock (campeão neste ano), por exemplo, tem 27 anos. Acho que a oportunidade ainda pode pintar para mim".
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