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Daniel Alves retorna a Bahia para jogar pela seleção | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Daniel Alves retorna a Bahia para jogar pela seleção| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Daniel Alves já deixava apressado a zona mista do Estádio Castelão, após a vitória sobre o México, quando um assunto o fez parar, voltar e abrir um sorriso. A volta à Fonte Nova, onde a seleção brasileira enfrenta a Itália, sábado (22), pela terceira rodada da Copa das Confederações.

"Será um momento único e especial. É voltar onde tudo começou", derreteu-se o lateral-direito.

O começo para Daniel Alves foi no dia 11 de novembro de 2001. Quatro dias antes, Denílson, então titular do Bahia, havia saído machucado da derrota por 6 a 3 para o Atlético, na Arena da Baixada, pelo Brasileiro. Sem outra opção, Evaristo de Macedo recorreu ao garoto de 18 anos que vinha se destacando nos treinos entre o time sub-20 e o profissional para o jogo contra o Paraná, na Fonte Nova.

"Seu Evaristo falou: ‘Vai lá e joga’", conta Daniel Alves.

Daniel Alves foi. E jogou. Sofreu um pênalti e deu uma assistência na vitória por 3 a 0 sobre o Paraná, três gols de Robgol. Já na partida seguinte tornou-se titular, condição que ostentaria até deixar o Bahia, em janeiro de 2003. Uma saída polêmica para o Sevilla, por 500 mil euros. Quando trocou o clube andaluz pelo Barcelona, cinco anos depois, o negócio movimentou 38 milhões de euros.

"A operação foi magnífica. É como dizer que contratamos Daniel Alves por um preço mais de cinco vezes inferior ao que atualmente ele tem no mercado", afirmou, à época, o presidente do Sevilla, José María del Nido.

Daniel Alves se despediu da Fonte Nova no dia 11 de novembro de 2002, um empate por 0 a 0 com o Corinthians, no Brasileiro daquele ano. Nestes 11 anos e meio longe, estádio e jogador se transformaram. O principal palco do futebol baiano foi fechado após uma tragédia que matou sete torcedores, em novembro de 2007, e reabriu este ano, modernizado.

O jogador consolidou-se na seleção e no futebol mundial. Com 66 jogos, só perde em quilometragem com a amarelinha para Júlio César. A diferença é que Daniel está ininterruptamente no time desde outubro de 2006, enquanto o goleiro ficou fora entre a Copa de 2010 e a volta de Felipão.

Na Copa das Confe­­dera­­ções, é a opção preferida de saída de bola, o que faz dele o jogador mais acionado (111 passes recebidos). Participou dos gols de Paulinho, contra o Japão, e Neymar, sobre os mexicanos. Desempenho e currículo construídos com uma evolução permanente.

"Ele sempre foi ofensivo e tecnicamente muito bom. Às vezes quem tem essa característica apresenta uma deficiência defensiva. O Daniel adquiriu essa capacidade com o tempo e hoje sabe atacar e defender com a mesma qualidade", analisa Evaristo de Macedo, que deu alguns avisos ao lateral.

"Falei que teve muito jogador que surgiu bem e não deu certo por falta de profissionalismo. Mas ele sempre escutava, teve boa índole. Por isso chegou aonde chegou", finaliza o ex-treinador.

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