Tranquila depois de vencer em Brasília, seleção tira foto para presentar anfitriões na capital federal| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Ambiente

‘Escondida’, seleção chega a Fortaleza, a queridinha da CBF

A seleção brasileira chegou no final da tarde de ontem a Fortaleza, local do jogo de quarta-feira contra o México e de participação destacada nas competições da Fifa no Brasil. Além do segundo jogo brasileiro na Copa das Confederações, a capital cearense vai receber mais dois jogos – Espanha x Nigéria, do grupo B, e uma das semifinais. Na Copa serão mais quatro partidas da primeira fase (incluindo uma passagem da seleção), uma das oitavas e uma das quartas de final.

Calendário generoso que levou até o governador cearense Cid Gomes (PSB) a defender o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, das vaias quando seu nome foi citado na cerimônia de inauguração do Castelão, em dezembro. "Ele nos ajudou muito", discursou na ocasião.

Mesmo evento no qual a presidente Dilma Rousseff foi ovacionada antes de discursar em palco com acesso gratuito do público, em contraste total com as vaias recebidas domingo na abertura da Copa das Confederações, em Brasília. Evitando os assuntos políticos, os jogadores só desejam que a arquibancada continue em sintonia com o time. "Esperamos o mesmo clima [de Brasília] em Fortaleza, esse apoio do torcedor é fundamental", afirmou Thiago Silva.

Pelo menos ontem, porém, a CBF não agradou. A delegação desembarcou na Base Aérea, ao lado do aeroporto, e frustrou dezenas de torcedores que esperavam algum contato com os jogadores. O isolamento continuou na chegada ao hotel. Até um princípio de confusão foi registrado quando torcedores pularam a grade que os mantinha distantes.

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A ansiedade estampada nos rostos e palavras dos jogadores da seleção brasileira na véspera da estreia na Copa das Confederações deu lugar a um clima descontraído e discursos mais leves após a vitória de sábado por 3 a 0 sobre o Japão, em Brasília. Com direito a um bônus do chefe Felipão: a comemoração no hotel foi com famílias e amigos próximos.

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"Depois do jogo, tivemos um grande alívio. Pudemos festejar com familiares que vieram nos visitar. Foi uma noite proveitosa, maravilhosa. Conseguimos repor as energias. Agora é olhar para o restante do torneio", contou ontem o zagueiro e capitão Thiago Silva.

A única brecha que a comissão técnica vinha permitindo era uma sala de convivência para visitas em períodos determinados. Desta vez, foi reservado um espaço maior para a confraternização. Caso a seleção chegue à final, dia 30, no Maracanã, serão 34 dias de convivência desde a apresentação em 28 de maio para o início da preparação, também no Rio. A única folga foi na última segunda-feira – após a vitória por 3 a 0 sobre a França no amistoso em Porto Alegre (RS), com reapresentação marcada para o dia seguinte em Goiânia (GO).

Como capitão, o zagueiro do Paris Saint-Germain também foi o responsável por receber do técnico Luiz Felipe Scolari um "troféu" antes do treino da manhã de ontem no Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros, o último em Brasília antes de a delegação embarcar para Fortaleza (CE), local do jogo de quarta-feira contra o México. Era o boneco estilizado de um bombeiro, homenagem dos oficiais pela passagem da seleção por suas instalações. Em seguida, os jogadores posaram para uma foto que ficará de recordação dos anfitriões.

A atividade teve a presença dos 23 jogadores. Os titulares na primeira partida apenas deram uma leve corrida ao redor do gramado. Algo que poderiam ter feito no hotel, com espaço mais do que suficiente para isso. Mas foram convocados como parte da estratégia de Felipão para preservar a tão falada união do grupo. Depois ficaram sentados conversando enquanto os reservas treinavam em apenas metade do campo.

"O ambiente é dos melhores da minha carreira. É descontraído, alegre, não tem pressão", disse o atacante Jô, o outro escolhido pela CBF para dar entrevista no domingo, com motivos de sobra para se sentir tranquilo após o gol marcado no final da partida contra o Japão, apenas oito minutos após entrar em campo.

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A estratégia para manter a descontração em Fortaleza, onde a seleção chegou durante a tarde de ontem, envolveu a apresentação de humoristas no hotel. Foram convidados para fazer apresentações nos jantares os cearenses Ciro Santos, Adamastor Pitaco, Lailtinho Brega, Paulo Diógenes e Tirulipa – filho do deputado federal Tiririca (PR-SP). Foi um pedido de Felipão feito ao governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). Vereador em Fortaleza pelo PDS, Diógenes foi encarregado pelo secretário de Copa do estado, Ferrucio Feitosa, de chamar os companheiros de humor.