Um dos pilares da defesa brasileira, o lateral-esquerdo Marcelo evitou falar em uma final com a Espanha| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Furioso

O lateral-esquerdo Marcelo não gostou de ser questionado so­­bre um hipotético confronto do Brasil com a Espanha na final da Copa das Confederaões. "Vo­­cês [jornalistas] falam como se a Espanha estivesse na final esperando a gente. Co­­meçamos a jogar agora. Temos de jogar contra o Mé­­xico, a Itália. A gente não fica escolhendo seleção para jogar", falou o atleta, que alegou também não acreditar que vencer a Fúria encerraria a desconfiança sobre a seleção nacional. "Vamos para o segundo jogo [com o México]. Não temos por que ficar falando de Espanha agora."

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Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo, titulares de Barcelona, Chelsea, Paris Saint-Germain e Real Madrid, são os quatro jogadores da seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari consolidados na elite do futebol europeu. Exatamente a linha de defesa, que não sofre gols desde que se restabeleceu para as duas últimas partidas e tem garantido a segurança necessária para o time evoluir do meio para frente – setor que não deixam de apoiar.

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"Não tomamos gol na estreia. Isso é importante porque no ataque temos qualidade e devemos fazer pelo menos um", reconheceu o meia Oscar após a vitória por 3 a 0 sobre o Japão na abertura da Copa das Confederações.

Diferentemente do companheiro de clube, David Luiz, ele não é titular absoluto do Chelsea. Entre os outros jogadores ofensivos, Neymar acabou de trocar o Santos pelo Barcelona, Hulk defende o Zenit no escondido futebol russo e Fred, do Fluminense, é um dos dois titulares vinculados ao futebol nacional. Outro é o corintiano Paulinho, que forma a dupla de volantes com Luiz Gustavo, reserva no Bayern de Munique.

O quarteto defensivo jogou junto apenas cinco vezes. No último amistoso preparatório para a Copa das Confederações, com a França, também não foram vazados na vitória por 3 a 0. Nos jogos anteriores sofreram gols, mas ainda não perderam: 1 a 1 com a Rússia, em março; 2 a 1 sobre a Bósnia e Herzegovina, em fevereiro de 2012; e 2 a 1 sobre o México, em outubro de 2011 – nos dois primeiros, a seleção ainda estava sob o comando de Mano Menezes.

Naquele duelo com os mexicanos – mesmos adversários de amanhã, em Fortaleza –, Jefferson era o goleiro. De lá para cá passaram a compor a defesa com Júlio César, que já foi referência na Inter de Milão, mas disputou a última temporada europeia pelo Queens Park Rangers, rebaixado no Cam­­peonato Inglês.

Os laterais se equilibram entre a defesa e as des­­cidas ao ataque. Contra o Japão, por exemplo, Mar­­celo fez o cruzamento no qual Fred ajeitou para o golaço de Neymar, e Daniel Alves cruzou para Paulinho fazer o segundo da seleção. "Para isso, meu apoio está aqui", disse Marcelo, ontem, apontando o companheiro na bancada de entrevistas, Luiz Gustavo. E reconhecendo a importância do quinto componente da defesa, o volante responsável por protegê-la e cobrir os espaços quando o lateral vai ao ataque.

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Os quatro ainda têm jogadas entre eles próprios: os lançamentos longos dos zagueiros para os laterais. "Para ser sincero, o Felipão nem gosta muito disso. Mas tem momentos em que você precisa arriscar, fazer uma coisa diferente", conta Thiago Silva, que costuma acionar Marcelo pela esquerda, enquanto David Luiz procura Daniel Alves na direita. "Tem dado certo. Não só para eles, como para Neymar, Hulk, Oscar, Fred. Se pegarmos eles em boa situação, isso desequilibra qualquer defesa."