Despedidas

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Todo ciclo tem um fim. Ao en­­trar em campo hoje, às 17 horas, contra o Guaratinguetá, já consagrado campeão, o Coritiba se despede não só da Série B, mas também de alguns jogadores – e do técnico Ney Franco.

"É a pior hora, sabe? Tudo o que vivemos aqui neste ano. In­­de­­pendentemente se jogou uma, nenhuma ou 66 partidas, enfim, é a mesma coisa dentro do grupo, no dia a dia. O carinho que um tem pelo outro é impressionante. Tenho certeza de que é esse o se­­gredo do sucesso, um ambiente fa­­miliar", versa o capitão Jéci so­­bre a despedida.

Ele é um dos que devem ficar. Outros, como Enrico e Léo Gago (ambos atletas do Vas­­co), vão em­­bora. Ao menos por um tempo, apesar de admitirem que o retorno é muito difícil.

"Essa é a nossa vida, o nosso trabalho", conta Gago, "Fico fe­­liz e triste ao mesmo tempo. É um grupo que não tem uma briga, nada, só coisas boas." Do time titular que entra em campo hoje, seis têm o contrato se encerrando no fim do ano.

O último treino já foi sem o comandante da retomada, Ney Franco, que passou o dia em São Paulo – mas dirige o time pela última vez hoje, antes de assumir a seleção sub-20.

Depois é com Marcelo Oli­­veira, que terá de remontar a equipe. "Pelo que eu percebi, a gente vai perder jogadores im­­portantes deste ano", avalia Ân­­gelo, que ainda tem a situação indefinida. Ele, que caiu com a equipe em 2009, já estava saudosista. "Sem­pre rola aquele negócio: nunca mais a gente vai jogar com esse mesmo elenco. Fica aquela dorzinha, esse grupo marcou muito. Todo mundo deu a volta por cima."

Depois do apito final hoje, alguns só se reencontrarão em lados opostos. "Todos aqui, mesmo em outro clube, merecem ser felizes", diz Jéci. "Quem ficar tem de acolher muito bem o pessoal que chegará. A Série A vai ser diferente."

Se as amizades e o carinho perdurarão, só o tempo dirá. Mas é cedo. Depois do jogo, uma co­­me­moração aguarda o time campeão. Durante a semana, um churrasco de despedida, cuja conta foi decidida em um rachão, já selou a temporada vitoriosa alviverde em grande estilo. "Só picanha e... Guaraná", brincou um sorridente Léo Gago. "A gente tem de extravasar mesmo, por ter conseguido o objetivo", comemorou Enrico.

Troféu deixa capitão ansioso

Jéci reencontrará o time da cidade natal no dia em que coloca ainda mais Curitiba – em especial o Coritiba – em sua história pessoal. O jogo contra o Guaratinguetá, clube que deu a primeira oportunidade ao zagueiro, ficará marcado para ele: irá levantar a taça.

"É o quarto título no Coritiba, o terceiro como capitão da equipe. É marcante", comemora, antes de dividir os louros do momento aguardado por qualquer capitão de time de futebol. "Vou representar o elenco ao levantar o caneco. Não vai ser só o Jéci. Todo mundo tem sua parcela de contribuição no sucesso."

Para o futuro, ele tem um so­­nho. Por duas vezes campeão estadual (2008 e 10) e também da Série B (2007 e 10), agora ele quer algo maior. "Temos de almejar alguma coisa especial ano que vem. Uma Copa do Brasil... É meu sonho ganhar aqui no Coxa, levar o time para a Libertadores", projeta.

Ao vivo

Coritiba x Guaratinguetá, às 17 horas, no PFC e no tempo real da Gazeta do Povo.