Se Nieto pudesse, resolveria ontem todos os problemas que perseguem o Atlético em 2011. Quando o time precisou de raça, lá foi ele colocar fogo no clássico, com dois gols de oportunismo um deles, é verdade, com a típica malandragem argentina ao se apoiar no zagueiro Pereira.
Mas Nieto não é super-herói. Longe disso. Não consegue fazer tudo sozinho. A derrota contundente para o arquirrival por 4 a 2 estragou a festa de quem entrou para a história dos Atletibas ao marcar o gol de número 1.000 do principal confronto do futebol paranaense. Informado da marca na saída do gramado, ele não quis conversa. Fechou ainda mais o rosto e partiu correndo para o vestiário. Queria remoer sozinho o revés.
Silêncio proposital. Leandro Niehues, o técnico interino que completou a quarta partida no comando do Rubro-Negro enquanto a diretoria bate a cabeça em busca de um titular, pediu para que ninguém falasse. Chamou a responsabilidade para si.
"Não sou o melhor, mas também não sou o pior. A diretoria segue em busca de um nome e eu, trabalhando, desempenhando a função para a qual fui contratado, que é orientar o time nos momentos em que não há um treinador", afirmou.
Mesmo abatido, ele não perdeu a oportunidade de fazer uma promessa audaciosa. "Vamos com tudo para ganhar o segundo turno. Tem de ser assim", disse o técnico, que para o jogo de quarta, contra o Rio Branco, no Acre, pela Copa do Brasil, não poderá contar com Paulo Baier, machucado.
A cúpula rubro-negra também não se manifestou ontem. Não falou se segue atrás de um técnico ou se irá efetivar o interino. Novela que parece já ter acabado com a paciência dos atleticanos, que ontem se voltaram contra os cartolas, instalados no camarote de visitante do Couto Pereira, em meio à massa. Nervosismo que se espalha, como revela a expulsão do equatoriano Guerrón, que mal entrou em campo, agrediu um adversário e ganhou de presente o cartão vermelho.