Na faixa
A seleção taitiana tem feito fora de campo os gols que faltam no gramado. Ontem jogadores distribuíram entre fãs brasileiros que estavam na frente do hotel 26 ingressos para o jogo de hoje, contra o Uruguai. O setor é o mesmo em que ficarão convidados da delegação da Oceania. Pouco antes, os atletas fizeram um animado pagode na beira da piscina.
A matemática ainda não colocou o Uruguai na semifinal, mas ninguém cogita a ausência da seleção no duelo que garantirá a vaga na decisão. Afinal, seria a maior manchete nesta altura da Copa das Confederações se a Celeste fosse eliminada pelo saco oficial de pancadas do torneio, o Taiti 16 gols sofridos em dois jogos. O confronto será às 16 horas, no Recife.
Teoricamente os uruguaios ainda precisam confirmar a classificação, pois estão empatados com a Nigéria, ambos com quatro pontos. Os africanos enfrentam a Espanha, no mesmo horário, em Fortaleza.
Mas os polinésios não esboçam risco. Tamanha fragilidade chegou a transformar o goleiro e professor de educação física Roche na atração do duelo com a Espanha, quinta-feira. Mesmo levando dez gols, quando ele conseguia defender alguma bola desferida pela atual campeã do mundo e europeia, o Maracanã fazia a festa.
Foi assim também contra a Nigéria, na sacolada de seis gols da estreia. No jogo disputado em Belo Horizonte ao menos a equipe cumpriu seu propósito na disputa: marcar um gol.
O técnico Eddy Etaeta reclamou da desorganização contra a Fúria e pede mais atenção hoje, para uma despedida honrosa após a participação que fez a simpatia suplantar o desastre técnico.
Para o Uruguai o jogo serve como um treino, no qual pode até poupar atletas pensando na semifinal. Se jogar com o time principal, terá um Diego Forlán aliviado após voltar a marcar, encerrando um jejum de mais de um ano com a camisa azul uruguaia.
No dia em que completava 100 jogos pela seleção, ele foi decisivo e assinou um dos gols contra a Nigéria, na vitória por 2 a 1 em Salvador o outro foi de Lugano, outro veterano da Celeste. "Não dá para esconder. É bom demais viver esses momentos de novo. À esta altura, nunca sabemos quantos mais serão", disse o jogador do Inter, aos 34 anos.