Dificuldade financeira faz Paraná adotar política em renovações e contratações

As recentes saídas no Paraná Clube não estão tirando o sono da diretoria. As perdas do goleiro Zé Carlos, dos zagueiros Gabriel e Leandro, dos laterais Fabinho e Márcio Goiano, do volante Adoniran e dos meias Davi e Rafinha já eram consideradas antes mesmo do presidente Aquilino Romani assumir o Tricolor, e a confirmação desta "debandada" fez o clube implementar uma política particular para renovações e contratações.

De acordo com o vice-presidente de futebol do Paraná, Aramis Tissot, o orçamento enxuto e o mercado atual do futebol não permitem aos paranistas realizarem grandes loucuras. A necessidade de parceiros para a montagem do grupo para a temporada 2010 não é nenhuma novidade, com a diferença que, ao invés de cessões gratuitas com caráter de "colocar na vitrine", o Tricolor tem observado bons valores antes de renovar ou contratar, adquirindo também parte dos direitos de cada atleta.

Com os jovens revelados nas categorias de base esta filosofia já funciona (com 50% do Paraná e 50% da empresa Base), e agora no profissional a diretoria tem trabalhando desta maneira. Nas recentes tratativas para renovar os contratos do volante Luiz Henrique Camargo e do atacante Marcelo Toscano o clube agiu desta maneira, e a postura deve nortear outros casos. Aramis Tissot garante que várias negociações estão em andamento e o elenco, preferencialmente, será fechado até a próxima sexta-feira (18).

"O futebol de hoje, da maneira que está, faz o clube precisar de parceiros. Com investidores, fica muito mais fácil adquirir do que manter jogadores. Quando você entra com a aquisição de uma parcela, tendo um percentual, você consegue lidar melhor com negociações e renovações. Para nós seria muito mais oneroso manter ou até aumentar a folha salarial, por isso optamos por essa postura", disse Tissot, por telefone, à Gazeta do Povo.

O volante Emanuel, primeira contratação do clube para 2010, veio justamente através de observações de olheiros contratados pelo Paraná. Novos nomes que desembarcarão na Vila Capanema seguirão a política atual, evitando assim o dissabor de ver um atleta, antes desvalorizado e apenas promissor, obter uma valorização grande e deixar o Tricolor a ver navios.