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Neymar e Messi: respectivamente o sexto e primeiro jogadores mais caros do mundo | Fotos: Toshifumi Kitamura/AFP e Gustau Nacarino/Reuters
Neymar e Messi: respectivamente o sexto e primeiro jogadores mais caros do mundo| Foto: Fotos: Toshifumi Kitamura/AFP e Gustau Nacarino/Reuters

A final do Mundial de Clubes, entre Santos e Barcelona, não se resume ao confronto dentro do gramado e o tão esperado duelo de Messi com Neymar. A partida deste domingo, às 8h30 (horário de Brasília), extrapola os limites da do Estádio Internacional de Yoko­hama, no Japão. Estarão frente a frente o modelo de maior sucesso mundial em gestão esportiva – do time espanhol – e um projeto de administração – da equipe santista, que tenta seguir os passos das europeias.

Atuais campeões da Copa Libertadores e da Liga dos Campeões da Europa, respectivamente, Santos e Barcelona lideram, em seus continentes, a lista dos clubes com maior valor de mercado. Cinco dos dez jogadores mais valorizados em nível mundial, atualmente, estarão em campo na decisão. Neymar, avaliado em R$ 122 milhões, representa o Santos na "seleção dos valiosos", o sexto mais jogador mais caro do mundo. Messi é o primeiro, valendo exatamente o dobro de Neymar: R$ 244 milhões.

Para o especialista em gestão e marketing esportivo e economista da empresa Pluri Con­sul­­toria, Fernando Ferreira, os altos valores ligados aos atletas tem relação direta com a maneira como as duas equipes vem sendo administradas.

"Há uma influência forte entre o valor dos clubes e dos jogadores. Equipes em melhores condições de gestão conseguem atrair melhores atletas e montam um plantel mais forte", analisa. "Sem o Neymar, o Santos fica mais próximo de outros times brasileiros, mas, mesmo assim, continua entre os mais valorizados das Américas", acrescenta.

Dois fatores principais colaboram para os bons resultados do Peixe dentro e fora de campo. O primeiro diferencial é Neymar. Principal revelação do futebol brasileiro, o jogador tem vínculo com o Santos até 2014. Mesmo abrindo mão, recentemente, de 30% da receita publicitária gerada pelo atleta, o clube paulista espera lucrar nos próximos anos com a presença do jogador, por meio de patrocínios de camisa e bilheteria, por exemplo.

Outro ponto importante, se­­gundo Ferreira, é a tranquilidade nos bastidores pela qual passa o clube. "O grande problema dos times brasileiros é a interferência política. O Santos está fechando espaço para estes movimentos e valorizando a profissionalização. A gestão do futebol tem de ser blindada nos clubes, pois é preciso estabilidade a longo prazo", defende o economista.

Apesar da boa avaliação santista, ainda existe um abismo até o padrão estabelecido pelo Barce­lona. A frase "Mais que um clube", estampada na camisa azul-grená, reflete a realidade de uma equipe que se tornou uma marca global. Não à toa, as receitas do time espanhol em 2011 superam R$ 1 bilhão – o Santos deve fechar o ano com um fatura­mento cerca de seis vezes menor: R$ 155 milhões.

"A diferença é enorme e nunca vai ser superada, pois a projeção do Barcelona é muito maior. Eles são exemplos", diz Amir Som­mogi, diretor da empresa de consultoria BDO Brasil e especialista em gestão esportiva.

Outros dados da BDO reforçam isso: o Barça tem 176 mil sócios, contra 38 mil dos santistas. A média de público dos catalães é de 79.191 frente a 8.892 do Peixe. Nas redes sociais, a lavada aumenta. O time azul-grená tem 2,3 milhões de seguidores no Twitter e o alvinegro "apenas" 212 mil.

Contra Messi, Xavi, Iniesta, Fàbregas e companhia, o desafio é indigesto para o time da Vila Belmiro, porém pode ser recompensador. "O Santos tem um projeto bom, mas o caminho ainda é longo. O clube tem de fortalecer a entidade, não se restringindo ao Brasil. O título do Mundial é fundamental para abrir portas para uma expansão geográfica", emenda Sommogi.

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