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Furacão nega acordo com rivais

Procurado para comentar o assunto, o presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha, negou a existência de qualquer acordo para cessão gratuita dos ingressos ao Paraná Clube. Ele afirmou ainda que o Furacão não deixará de cumprir qualquer norma estabelecida pelo Estatuto do Torcedor, e caso a direção do Tricolor não adquira as entradas, as mesmas serão destinadas a outro fim a ser definido.

Enquanto a diretoria atleticana minimiza qualquer inimizade ou problema com os paranistas, a cúpula do Paraná já não espera nem mesmo a cessão de um camarote na Arena para acompanhar o jogo. Todavia, por meio da assessoria de imprensa do clube, a direção deixa claro que estará acompanhando a partida na Arena, nem que seja entre os torcedores tricolores.

A cinco dias do clássico entre Atlético Paranaense e Paraná Clube, marcado para as 18h10 deste domingo (23), na Arena da Baixada, o clima esquenta mais fora do que dentro de campo. Em seus redutos, ambos os técnicos trabalham para acertar os últimos detalhes das equipes. Nos bastidores, a troca de farpas entre as diretorias dá o tom das declarações.

Na tarde desta terça-feira (18), em entrevista à Rádio Banda B, o presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, declarou estar indignado com a postura do Furacão em não disponibilizar a meia-entrada para a torcida visitante. "O mandante é o Atlético, eles colocarão os preços que acharem corretos, mas há uma legislação em vigor, uma lei que coloca que pede que os meios-ingressos sejam praticados em todos os estádios também para os torcedores visitantes, mas existem pessoas que se sentem acima disso", alfinetou.

De fato, uma lei estadual datada de 23 de outubro de 1995 dá respaldo ao dirigente paranista. Segundo a lei 11.182, sancionada pela então governador do estado Jaime Lerner, está assegurado o "pagamento de metade do valor efetivamente cobrado para ingresso em casas de diversões, espetáculos, praças esportivas e similares, aos estudantes regularmente matriculados em estabelecimentos de ensino de 1.º a 3.º graus".

Assim, Miranda esperava que o torcedor do Paraná pudesse adquirir as entradas por R$ 20,00, mediante apresentação da carteirinha do estudante, e não pelos R$ 40,00 cobrados dos visitantes em jogos na Arena. Outro fator que causou desconforto na direção tricolor foi a quebra de um "acordo de cavalheiros" que os presidentes de Paraná, Coritiba e Atlético mantinham para clássicos.

De acordo com o Paraná, nos clássicos deste ano, a equipe mandante daria os ingressos ao adversário em consignação, e o que não fosse vendido seria devolvido ao mandante sem custo algum para a equipe visitante, que "lucraria" apenas 3% das vendas dos bilhetes para custear a logística que envolve a venda de ingressos. Porém, para o clássico deste domingo, a diretoria paranista foi surpreendida e terá de adquirir à vista a carga de 1.500 reservada para o torcedor do clube.

Por ora, o Atlético ainda não confirmou quando irá disponibilizar as entradas para os paranistas, mas o prazo estabelecido pelo Estatuto do Torcedor - a venda de ingressos deve ter início até 72 horas antes da partida - vale até às 18h10 desta quinta-feira (20).

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