![Efeitos do tempo O sistema de iluminação e a cobertura estão entre as estruturas que precisam de reformas na Baixada | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2011/05/03a17f733dc4f25a4a2f9e0b68a0fa72-gpLarge.jpg)
Exigências da Fifa surpreenderam
O tão falado caderno de encargos da Fifa é quase um vilão para a realização de uma Copa do Mundo. As exigências são tantas, e tão específicas, que os arquitetos responsáveis pelos projetos dos estádios precisam fazer ajustes a todo momento que uma nova norma surge. Não poderia ser diferente com a Arena da Baixada, que teve o desenho alterado significativamente para atender às normas mais atuais da entidade maior do futebol mundial.
Repercussão
Torcida quer Copa, e time forte
O aumento no orçamento para a conclusão da Arena deixou muita gente preocupada e sem saber de que forma a questão pode ser resolvida. Afinal, quem deve pagar a conta? Segundo levantamento encomendado pela Gazeta do Povo à Paraná Pesquisas, a torcida do Atlético não abre mão de ver o estádio como uma das sedes da Copa do Mundo em 2014. Mas também não quer ver o Rubro-Negro investindo muito dinheiro na obra.
A saída para solucionar todo o imbróglio, acreditam os atleticanos, está em uma atuação conjunta entre Atlético e o poder público. A minoria joga a responsabilidade no clube. É nessa linha que a diretoria do clube trabalha, esperando que o torcedor cobre também do governo do estado e da prefeitura municipal uma alternativa. A responsabilidade exclusiva do clube só é apontada pela minoria dos entrevistados. Isso porque, ao mesmo tempo, a torcida quer ver um time competitivo em campo.
Em relação à imagem do Rubro-Negro diante da possibilidade de a Arena não sediar jogos da Copa, 51% dos entrevistados acham que ela pode ser prejudicada, mas 48% acreditam que o Atlético atravessa esse momento sem arranhões.
Paralelamente a isso, quase metade dos atleticanos acredita que o assunto Copa do Mundo dividiu politicamente o clube. Mais um problema para o time da Arena resolver. (GR)
A Arena da Baixada é um orgulho da torcida atleticana. Não à toa, quando o time está meio mal, o seguidor fiel do Rubro-Negro logo coloca em pauta o estádio, gabando-se de ser o mais, ou um dos mais, modernos do Brasil. Porém, a menos de um mês de completar 12 anos, a Arena não é mais aquela de 1999 e clama por reparos em alguns setores.
Assim como qualquer outra construção, um complexo esportivo tem período limitado de vida útil. A estrutura se deteriora, os equipamentos ficam obsoletos e os níveis de conforto mais rígidos.
No caso do patrimônio atleticano, algumas estruturas precisam ser modernizadas e outras necessitam de reformulações mais profundas. O torcedor que sofre em dias de chuva, por exemplo, sabe muito bem que a cobertura não dá mais a mesma proteção que costumava fornecer. As goteiras se tornaram comuns e o conforto caiu significativamente.
"Já há necessidade de fazer a troca das telhas translúcidas, que não são nem fabricadas no Brasil [são produzidas na Bélgica]. É um alto custo, que somente para substituí-las fica entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. São mudanças já previstas antes mesmo do projeto da Copa", reconhece o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Gláucio Geara.
Não são somente os torcedores a entender na prática que há bastante coisa a ser feita. Os jogadores também, principalmente em partidas noturnas. "O sistema de iluminação, reconhecemos, está defasado em dez anos. Hoje temos 172 refletores e precisaríamos ter mais de 300, até para atender às necessidades de transmissão da tevê", continua Geara. O dirigente aponta também para uma troca do piso, com grama de melhor qualidade e mais resistência o clube inclusive já vem fazendo testes com materiais híbridos.
Nos bastidores, em questões que o torcedor não vê, há a urgência na aquisição de sistemas informatizados, como no caso do estacionamento, para facilitar o acesso em dias de jogo.
Apesar de reconhecer que o estádio precisa de melhorias, o Atlético não tem nenhum plano imediato para reformulações na cobertura, iluminação, gramado, tecnologia, etc... As fichas estão todas depositadas no projeto para a Copa do Mundo no Brasil.
"Estamos trabalhando com a hipótese para 2014. No papel não existe estudo, não existe nada. É só o projeto da Copa", afirma Geara. Em resumo, se o imbróglio financeiro envolvendo Atlético, governo estadual e prefeitura de Curitiba não se resolver para o Mundial da Fifa, a atual Arena é o estádio que o torcedor Rubro-Negro vai ter para os próximos anos.
Reformas, apenas as mais urgentes. "Completaríamos o segundo anel e trocaríamos o telhado, que está vencido. Aí a Arena ficaria perfeita para 40 mil espectadores e continuaria sendo uma das mais modernas do Brasil. Com o anel fechado, ficaria na faixa de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões", encerra o presidente do clube, Marcos Malucelli.
Ou seja, apenas 16% de R$ 220 milhões, valor recentemente divulgado pelo clube para adequar o estádio a todas as exigências da Fifa para a Copa.
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