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| Foto: Jeff Haynes / Reuters

Quatro anos depois, veio o grande jogo. Na final de 2006, quando todos esperavam um confronto equilibrado, a Espanha atropelou a Grécia e conquistou o Mundial no Japão. Neste sábado (4), enfim, a torcida foi à forra em Istambul. Em uma partida de altíssimo nível e placar acirrado na maior parte do tempo, os espanhóis repetiram a dose de quatro anos antes e, com uma vitória por 80 a 72, mantiveram vivo o sonho do bicampeonato. Nas quartas de final, o adversário será a Sérvia, que eliminou a Croácia no primeiro duelo do dia.

O que os torcedores viram no ginásio Sinan Erdem no sábado foi um jogo com ótimo aproveitamento de arremessos, poucos erros e um basquete digno de duas grandes seleções europeias. Pau Gasol, que não disputa este Mundial, também não estava naquela final de 3 de setembro de 2006, machucado. E a exemplo daquele jogo, quando fez 20 pontos, Juan Carlos Navarro carregou a Fúria de novo, agora com 22 e com direito a status de capitão. Rudy Fernández ainda fez 14 para os espanhóis. Zizis e Diamantidis marcaram 16 cada para os gregos.

Após a decisão do Mundial em 2006, a Espanha já tinha batido a Grécia nas semifinais do Europeu de 2007 e nas Olimpíadas de 2008. Agora, com o triunfo nas oitavas, a freguesia está mantida.

Na primeira fase, a Grécia não convenceu e ainda foi acusada de fazer corpo mole contra a Rússia para escapar do confronto com os espanhóis – não deu certo porque a França conseguiu a proeza de perder para a Nova Zelândia. No mata-mata, contudo, a história era outra. E os gregos mostraram isso desde o início, abrindo 6 a 2 e controlando o placar durante boa parte do primeiro período. A Espanha, que também não brilhou nos jogos da classificação, só foi se encontrar perto da virada para o segundo quarto. Mas deu tempo de virar o placar e fazer 22 a 19.

O ginásio Sinan Erdem não estava lotado, mas as torcidas incentivavam o tempo todo, separadas apenas por um cordão de isolamento. Os gregos faziam mais barulho, mas os espanhóis tinham uma pequena vantagem numérica, e essa vantagem se refletiu dentro da quadra. Uma boa defesa por zona fez a diferença chegar a oito. Na saída para o intervalo, a atual campeã vencia por seis: 37 a 31.

A barulhenta torcida grega ganhou bons motivos para empurrar os jogadores na volta do vestiário. Com uma defesa sufocante e sete pontos seguidos no ataque, o time de azul passou à frente. A Espanha até equilibrou o placar de novo, mas não contava com a pontaria do rival nos tiros de longe. Se não tinha acertado nenhuma bola de três no primeiro tempo, a Grécia fez logo quatro seguidas, duas de Fotsis e duas de Diamantidis.

Sob o comando de um inspirado Navarro, a Espanha não se entregava e respondia cada cesta grega. Ao fim de um excelente terceiro período, a vantagem dos atuais campeões era mínima: 52 a 51.

Os gregos continuavam sendo empurrados pelos tambores da sua torcida, que incluía até momentos de intensa vibração dos jornalistas do país. Do outro lado, o espanhol Mumbrú se virava para o lado e, com gestos de incentivo, incendiava a porção Fúria das arquibancadas. Deu certo.

O banco pedia defesa, e quem estava dentro da quadra atendia. Foi assim, com roubadas de bola e uma aplicada marcação por zona, que a Espanha conseguiu respirar. Rubio jogava feito gente grande, e a vantagem cresceu rápido, chegando a 10 pontos a 2m16s do fim. Os gregos não descansaram os tambores, mas o abatimento na quadra era visível. Schortsianitis ainda arrancou sabe-se lá de onde um rebote ofensivo para sofrer a falta e fazer a cesta no minuto final, cortando a vantagem para quatro.

Mas àquela altura, o golpe espanhol tinha sido forte demais. A defesa dificultou as tentativas rivais nos últimos segundos e garantiu uma vitória suada, sofrida. Como deveria ter sido há quatro anos. Como foi agora.

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