O palco era novo: o Sinan Erdem Dome, ginásio que passa a abrigar a fase de mata-mata do Campeonato Mundial, em Istambul. O panorama, no entanto, foi o mesmo de sempre: basquete bem jogado, equilíbrio e drama no duelo entre grandes expoentes da escola iugoslava. A boa campanha na primeira fase não foi o bastante para dar à Sérvia, primeira colocada do grupo A, um segundo sequer de moleza contra a Croácia, quarta da chave B. Foi preciso suar a camisa até o fim para arrancar a vitória por 73 a 72 e embolsar um ingresso caro para as quartas de final.
Os sérvios agora enfrentam a Espanha nas quartas de final, na próxima quarta-feira (8). Os espanhóis voltaram a levar a melhor sobre a Grécia, na reedição da final de 2006, e venceram por 80 a 72. As oitavas de final continuam no domingo e na segunda, mas o Brasil só joga na terça, às 15h, contra a Argentina.
Com atuação apagada do armador Teodosic, que tinha sido o melhor jogador da Sérvia na primeira fase, a equipe teve dificuldades para superar os vizinhos. Contou com 16 pontos de Krstic e 15 de Rasic, que virou herói ao converter o lance livre da vitória após uma sucessão de erros nos dois lados nos últimos segundos. A Croácia contou com 21 pontos de Popovic, que por pouco não transformou a ótima atuação em vitória.
Quem esperava a Sérvia dominando o duelo dos Bálcãs até relaxou quando o time abriu 5 a 0, mas teve de se segurar na cadeira dali em diante. Os croatas responderam com um 5 a 0, viraram o jogo e abriram vantagem. Caprichando nos rebotes ofensivos, a equipe de vermelho ganhou chances extras para pontuar. Na virada para o segundo quarto, vencia com autoridade por 27 a 19.
Como quase sempre no basquete, a defesa foi o fio condutor da reação sérvia. O pivô Nenad Krstic, que chegou a cumprir três jogos de suspensão pela pancadaria com a Grécia num amistoso, tomou as rédeas no ataque e fez dez pontos. O placar se equilibrou, e a Croácia pecava nos tiros de três (3/15). Ainda assim, conseguiu sair para o intervalo vencendo por 36 a 34.
O equilíbrio continuou dando as cartas no terceiro período, com as equipes se revezando na liderança. Ukic e Popovic faziam a Croácia jogar, mas Perovic respondia pela Sérvia, que conseguiu virar para os últimos dez minutos vencendo por 54 a 50.
Na marca de seis minutos para o fim do jogo, a Sérvia conseguiu abrir sete pontos, mas Popovic respondeu na hora com um tiro certeiro de três. Teodosic ainda estava apagado, mas o ataque equilibrado dos sérvios continuava funcionando, e a defesa não dava um centímetro de espaço para os rivais.
A dois minutos e meio do fim, o croata Lonkar foi eliminado por um erro da arbitragem, que marcou sua quinta falta em lance de toco limpo. Um passe espetacular de Ukic para a bandeja de Banic ainda cortou a diferença para dois pontos. Ela cairia para um após os lances livres de Popovic, mas Rasic respondeu na mesma moeda e voltou a abrir três com 21 segundos no relógio.
Perdendo por três, a Sérvia fez logo uma falta e obrigou Popovic a ir para a linha de lances livres. Ele guardou ambos e reduziu a vantagem para um a 15 segundos do fim. O ginásio veio abaixo quando os croatas roubaram a bola numa reposição infantil de Teodosic. Resultado: Popovic voltou aos lances livres, acertou um e empatou a partida.
O cronômetro mostrava 11s6, mas ainda havia tempo para muitos erros. Primeiro dos croatas, que deram uma bobeada incrível na marcação e permitiram uma bandeja fácil de Rasic. Depois dos sérvios, que fizeram falta boba e permitiram que Popovic empatasse de novo. Em seguida, de novo da Croácia, que mandou Rasic à linha de lances livres a apenas um segundo do fim. Ele acertou o primeiro, errou o segundo de propósito e comemorou a vitória suada que leva a equipe às quartas.
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