A punição máxima imposta ao Coritiba no julgamento de ontem no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) teria como ser abrandada, na opinião de alguns especialistas em Direito Desportivo.
Para o advogado Marcílio Krieger, o Coritiba não merecia tamanha penalidade, mas ela seria condizente ao tumulto ocorrido no Couto Pereira. "Existe a prevenção, para antes do fato, e a repressão, depois que acontece. Na minha avaliação, o Coritiba não teria tomado uma atitude clara e objetiva para comprovar as medidas repressivas. Ele deveria levar ao julgamento o boletim de ocorrência e apontar os culpados por conta própria, nada tendo a ver com a postura policial", avaliou. A situação seria semelhante ao clube que prende e identifica o lançador de um objeto no gramado, por exemplo, reprimindo após o ocorrido de maneira adequada.
O boletim de ocorrência poderia integrar o recurso como uma prova nova, pois só essas são aceitas no Pleno.
Bastante irritado ao acompanhar o final do julgamento, o advogado Domingos Moro definiu como muito ruim a condução da defesa alviverde. "Disse antes que se o Coritiba adotasse o papel de vítima seria vitimado. Eles não sabem nada de Direito Desportivo", afirmou e emendou: "Troco a minha candidatura pelo recurso." Ele é um dos integrantes de uma chapa de oposição para a eleição do Conselho Administrativo, marcadas para segunda-feira.
Para Moro, o clube poderia ter aliviado ao meno dez jogos de punição na parte do artigo 213, que trata de desordem e tumulto, uma vez que na invasão de campo e arremesso de objetos seria muito difícil. "Claro que vai diminuir no Pleno. Mas para quanto?", indagou.
Pela repercussão do caso, o rigor dos auditores não surpreendeu. "Sentíamos essa predisposição pelo clamor nacional criado. Mas o Coritiba não merece essa punição", avaliou o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury. Ele disse que a entidade trabalhou politicamente perante a CBF para ajudar o Coxa.
"Já esperávamos. Há mais de uma semana só se fala nisso. Agora é torcer para o outro julgamento. Mas, independentemente de qualquer coisa, o Coritiba vai sair dessa situação e a torcida não vai abandonar o time nunca", disse o vereador e ex-jogador Aladim.
Para Luizão Stelfeld, ex-presidente da torcida Império Alviverde, hoje apontada como culpada dos incidentes, a penalização expôs a fragilidade local.
"Mais um vez o estado mostra falta de representatividade política. Tenho certeza de que isso será diminuído, pois foi uma arbitrariedade", torce. Ele contou ter ido diariamente ao Couto Pereira e percebido a aproximação da torcida, que será fundamental no próximo ano de exílio.
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