Juliano Borghetti, ex-vereador| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Torcida legal

Torcidas paranaenses não aderem a cadastro do governo federal

As torcidas organizadas de Curi­­tiba foram as únicas a não aderirem ao "Torcida Legal", iniciativa do Ministério do Esporte para cadastrar representantes e membros das facções do país. "Procuramos as torcidas Ultras e Fanáticos, do Atlético, e a Fúria Independente, do Paraná, mas não obtivemos resposta. No caso da Império Alviverde, os integrantes disseram que não seria possível no momento", diz Helvécio de Araújo, assessor do Ministério do Esporte. De acordo com Araújo, as demais facções do Sul e Sudeste aceitaram as determinações. O "Torcida Legal" foi lançado em junho de 2010, prevendo cadastro biométrico de torcedores e aparelhamento dos estádios com equipamentos de segurança, mas não vingou e acabou modificado.

André Pugliesi e Fernando Rudnick

CARREGANDO :)

O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti, que representou seus eleitores entre 2008 e 2012 eleito pelo Partido Progressista (PP), foi um dos identificados ontem na briga generalizada entre torcedores do Atlético e Vasco na Arena Joinville. Diante da repercussão nas mídias sociais, ele divulgou uma nota oficial admitindo estar na confusão, mas dizendo que estava arrependido. Pediu desculpas.

Publicidade

No texto, Borghetti disse que frequenta jogos do Furacão há 30 anos e que nunca tinha se envolvido em nenhum caso de violência. "Acompanhávamos a partida próximos à divisa entre as torcidas e fomos surpreendidos com a eclosão da confusão generalizada próxima ao local em que estávamos acomodados", afirmou. "Foi uma atitude da qual me arrependo e por isso venho a público pedir desculpas. Reforço, porém, que não agredi ninguém, nem tampouco sofri qualquer agressão física na situação", acrescentou.

Ele ainda fez questão de ressaltar que, quando era vereador, propôs com outros colegas de casa a lei municipal que obriga o cadastro de torcedores em estádios. "Lamento profundamente o ocorrido [em Joinville]", finalizou. Na selvageria ocorrida na última rodada do Brasileiro, quatro pessoas foram hospitalizadas com lesões graves e três torcedores do Vasco foram presos.

Borghetti tem vínculos com famílias importantes na política paranaense: foi casado com a deputada do Parlamento Italiano Renata Bueno – que é ítalo-brasileira e filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR). O ex-vereador também é irmão da deputada federal Cida Borghetti (Pros-PR), presidente do partido no Paraná, que, por sua vez, é casada com o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), um dos principais aliados do governador Beto Richa (PSDB), de quem Borghetti foi comissionado em 2004 quando o tucano era prefeito de Curitiba.

Depois de fracassar na tentativa de reeleição no ano passado, o ex-vereador tornou-se superintendente da EcoParaná, autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Turismo-SETU que gerencia unidades de conservação do estado.

A assessoria de imprensa do governo do Paraná afirmou no final da tarde de ontem que não se pronunciaria oficialmente sobre o assunto. No entanto, confirmou que a EcoParaná é uma instituição pública com direitos privados e que Juliano Borghetti recebe o salário do governo estadual.

Publicidade