Luiz Felipe Scolari fala em repatriar nomes experientes para encorpar a base da seleção| Foto: Sergio Moraes/Reuters

A base deixada por Mano Menezes, salpicada pela experiência de jogadores que já passaram pela seleção brasileira e voltarão a ser chamados, mas ainda apostando no talento e vontade de vencer de jovens como Neymar e Oscar, sempre com um centroavante de referência. Essa é a pretensão do técnico Luiz Felipe Scolari para o time nacional até a Copa das Confederações, em junho de 2013, quando espera ter pelo menos 90% do time formado para a Copa do Mundo de 2014.

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O gaúcho deu a entender que de cara não mudará muito o time de Mano. "Nunca joguei tão diferente [do estilo do ex-técnico]. Gosto, sim, de um homem de referência entre nosso meio e a área adversária, e o Brasil tem isso", afirmou na entrevista coletiva da véspera do sorteio dos grupos da Copa das Confederações de 2013, ontem, em São Paulo.

Boa notícia para jogadores como Leandro Damião e Fred. Mano chegou a usar na maioria de suas partidas um camisa 9 típico, mas ultimamente vinha montando o sistema ofensivo com jogadores de mais mobilidade.

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Felipão descarta de bate pronto qualquer insinuação de que a juventude seja um problema para a seleção brasileira – do último amistoso com a equipe principal, o empate por 1 a 1 com a Colômbia, apenas Daniel Alves, Ramires, Kaká e Thiago Silva foram à Copa da África do Sul, em 2010. "Posso ver pelo prisma de que [a maioria dos jogadores] não têm experiência em Copa do Mundo, mas, como são jovens, querem objetivos muito maiores, e assim podem superar as dificuldades da inexperiência. Entre os prós e contras, prefiro analisar os prós."

Porém ele admitiu que um toque a mais de maturidade iria bem: "Temos um ou outro jogador que começamos a observar a partir desta semana. Já participaram da seleção, têm alguma experiência e podem ser convocados".

O novo treinador pretende aos poucos fazer as adaptações que o time pedir. "Em 2002 também tínhamos uma equipe mais ou menos organizada, mas quando identificamos a necessidade de dar mais condições aos laterais [Cafu e Roberto Carlos] de atacar, foi mudado o esquema, para dar mais proteção a eles", exemplificou, sobre a escolha do esquema 3-5-2 para a campanha do pentacampeonato na Copa da Coreia do Sul e do Japão.

Felipão usou 2002 como um exemplo, mas deixou claro que a atual seleção não jogará daquela forma, como Portugal em suas mãos ou o Palmeiras campeão da Copa do Brasil deste ano – time de forte defesa e contra-ataques. "Até porque a característica de equipes ou seleções que dirigi não são as mesmas da seleção hoje", ponderou, prometendo moldar o time ao estilo dos jogadores. "Alguns merecem ou precisam de mais liberdade que outros, temos de fazer entender que podem render mais para a equipe."

Por falar em jogadores, o técnico direcionará seus olhares para quem atua no exterior. "Vou observar, e muito, partidas principalmente de fora. No Brasil vou ter pessoas me ajudando. Ninguém está descartado, todos que jogam futebol e têm boas qualidades serão observados", mandou o recado.

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