Abu Dabi - Poucas vezes se viu tanta sinceridade nas explicações de uma equipe que acabou de perder o título mundial, essencialmente por culpa própria, como ontem a Ferrari no circuito Yas Marina. Tamanho respeito com a verdade, porém, não passará em branco na direção da Fiat, dona da marca. Mudanças deverão acontecer no comando da escuderia de Maranello. Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, especificou os erros cometidos.

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"Erramos na estratégia e as ra­­zões são três: marcamos um adversário com dois carros [Fernando Alonso e Felipe Massa], supervalorizamos o desgaste dos pneus macios e não consideramos a dificuldade de se ultrapassar no tráfego." Não é nem mesmo necessário ser um grande especialista para compreender que os motivos de Alonso terminar em sétimo são esses mesmos. O quarto lugar já lhe serviria para ficar com o título. Para quem largou em terceiro, não era um desafio por demais difícil.

A Ferrari decidiu seguir as mesmas opções de escolha da Red Bull para Mark Webber, pelo fato de o australiano estar a 8 pontos de Alonso no campeonato, adversário mais próximo. Vettel estava a 15 pontos e não foi levado em conta. Esse foi o erro da Fer­­rari segundo seus próprios integrantes. Ela se preocupou apenas com Webber e ordenou Alonso e Mas­­sa fazerem o pit stop muito cedo, lançando-os de volta à pista atrás de carros rápidos e que aproveitaram o safety car na primeira volta para realizar sua parada.

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O responsável pela estratégia da Ferrari é o engenheiro australiano Chris Dyer, que trabalhou com Michael Schumacher e Kimi Raik­­konen. Abatido, como o grupo, disse: "Tínhamos o carro, a equipe e o piloto para sermos campeões e não fomos por termos tomado decisões erradas. É inútil buscar desculpas." Dyer se estendeu: "Nos concentramos de­­mais no que fazia Mark Web­­ber, o que nos custou o título". Im­­pres­­sio­­nan­­temente, ele ainda afirmou: "Olha­­mos demais para aquilo que acontecia nas nossas costas sem observar o que se passava diante do nosso nariz."