Kuala Lumpur - Pouco mais de três meses após divulgar a lista de equipes inscritas para o Mundial de 2010, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) divulgou ontem que a Lotus recebeu a vaga que estava reservada para a BMW. No mesmo dia em que perdeu seu lugar, a equipe anunciou que foi vendida para o grupo Qadbak, empresa sediada na Suíça, mas que representa interesses de famílias europeias e do Oriente Médio.
Mesmo sem a vaga assegurada no campeonato do ano que vem, a BMW recebeu garantias da entidade que comanda o esporte de que, se seu projeto for viável, ganhará o 14.º posto no grid da F-1 em 2010. O motivo de a FIA ter feito a troca entre os times foi o fato de a montadora alemã ter anunciado em julho que não iria mais manter seu time na categoria em virtude do custo.
"Iremos consultar com urgência as demais equipes para saber se eles aceitam a mudança do regulamento para termos 28 carros no grid na primeira corrida do próximo ano (o acordado eram 26)", disse comunicado da FIA.
Um dos nomes mais vitoriosos do passado da Fórmula 1 (ao longo de quatro décadas de existência, teve entre seus pilotos os três brasileiros campeões mundiais), a Lotus retornará à categoria no ano que vem sob controle malaio. A nova equipe se chamará Lotus F1 Team e é uma parceria entre o governo da Malásia e um consórcio de empresários do país. "Os carros serão construídos na Malásia, por malaios", afirmou o governo malaio em comunicado separado.
O empresário malaio Tony Fernandes será o diretor principal da Lotus. Ele acertou um orçamento com a Air Asia, atualmente patrocinadora da equipe Williams, e é o 15.º homem mais rico da Malásia com uma fortuna de US$ 220 milhões, segundo a Forbes Malásia. O diretor técnico Mike Gascoyne já esteve anteriormente com a Force India, Jordan, Toyota e Renault. Como parte do plano para competir em 2010, a Lotus firmou acordo de fornecimento de motores com a Cosworth.
"A equipe anunciará seus dois pilotos em 31 de outubro. Atualmente seis pilotos internacionais e locais foram selecionados", afirmou o governo malaio.
A Lotus original venceu sete campeonatos de construtores da F-1 e seis títulos com pilotos entre 1963 e 1978 sob a liderança de Colin Chapman, um dos mais inovadores engenheiros do esporte. Chapman morreu de um ataque cardíaco em 1982 e empresa teve problemas administrativos em 1994 depois de dar a primeira vitória ao piloto brasileiro Ayrton Senna em 1985. Emerson Fittipaldi conquistou seu primeiro título mundial pela escuderia, em 1972, e Nelson Piquet também disputou duas temporadas pela equipe.
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