Chefe da Renault, Flavio Briatore fez questão de falar com todos os jornalistas ontem. Chamou Nelsinho de “mimado” e ainda fez insinuações sobre a vida sexual do piloto| Foto: Fred Dufour/AFP

Force India volta a surpreender

Agência Estado

Monza - Dentre as pistas do calendário da Fórmula 1, Monza é a que mais oferece a possibilidade de ultrapassagens. Por isso, a sessão de classificação que acontece hoje, a partir das 9 horas (horário de Brasília), terá menos influência no resultado da corrida do que normalmente acontece nas outras etapas. De qualquer maneira, a expectativa é por surpresas no grid de largada do GP da Itália, como já pôde ser visto nos treinos livres de ontem.

Nova sensação da temporada, depois da pole position e da segunda colocação do italiano Giancarlo Fisichella no GP da Bélgica, há duas semanas, a Force India voltou a surpreender. Dessa vez, a equipe fez o melhor tempo nos treinos livres em Monza, com o tempo de 1min23s924 do alemão Adrian Sutil. Enquanto isso, o inglês Jenson Button, piloto da Brawn GP que lidera o campeonato, ficou somente na penúltima colocação da segunda sessão, que teve as melhores marcas.

Companheiro de Button na Brawn GP, e seu principal adversário na luta pelo título – está na segunda posição do campeonato, com 16 pontos de desvantagem –, o brasileiro Rubens Barrichello também não foi bem no treino. Terminou em 16.º lugar.

Ao vivo

Treino classificatório do GP de Monza,às 9 horas, na RPC TV.

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Monza - Um dia após o depoimento de Nelsinho Piquet à FIA se tornar público, Flavio Briatore, seu ex-chefe na Renault e ex-manager, contra-atacou. Além de entrar com um processo na Justiça francesa por calúnia e chantagem, o dirigente italiano se pronunciou pela primeira vez sobre o caso em que seu time é acusado de ter pedido ao brasileiro para bater o carro de propósito du­­rante o GP de Cingapura de 2008 – e favorecer seu companheiro, o espanhol Fer­nando Alonso.

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As acusações de Briatore, porém, não ficaram somente na esfera esportiva. O dirigente fez também insinuações sobre a vida pessoal de Nelsinho.

Dizendo-se chateado, o dirigente chamou a imprensa em Monza para defender-se. Pequenos grupos de repórteres, separados por idioma, foram chamados para entrevistá-lo. "Para mim, tudo que dizia respeito a esta investigação da FIA era um segredo. Havíamos combinado que ninguém comentaria nada, mas depois do que vimos nos jornais, precisávamos falar, pois tenho certeza de que não fizemos nada do que somos acusados", declarou Briatore à imprensa brasileira e espanhola.

O chefe do time afirma possuir provas de que as acusações contra ele são falsas – segundo o depoimento de Nelsinho, o acidente foi combinado horas antes da corrida em reunião com Briatore e Pat Symonds, diretor técnico da Renault.

"Não posso entrar em detalhes porque esse caso será julgado pelo Conselho Mundial (no próximo dia 21, em Paris), mas antes daquele GP de Cingapura o Nelsinho teve 17 incidentes", falou Briatore, sem especificar se estes foram só durante corridas – até aquela prova, a 15.ª do piloto na F-1, Nelsinho não havia completado sete etapas, duas por problemas no carro.

O chefe da Renault falou que suas queixas contra o brasileiro são estritamente profissionais. "A única coisa que tenho contra ele é o fato de ele não ter mostrado resultados. Eu sempre tentei ajudar o Nelsinho, mas a verdade é que ele é um filhinho de papai, um menino mimado, que sempre teve seu próprio time, sempre teve o pai lhe dando os melhores carros e, quando ele finalmente chegou numa competição de verdade (a F-1), perdeu a cabeça."

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Ao ser questionado se esperava que seu ex-comandado fosse capaz de fazer uma acusação tão grave como a de planejar um acidente para que o outro piloto do time pudesse ser beneficiado, Briatore disparou. "Nelsinho me acusa de ter rompido seu relacionamento com um amigo. Como não gosto de ser acusado de nada, digo que fiz isso porque o pai dele me pediu", falou. "Ele vivia com este senhor, não se sabe que tipo de relação eles ti­­nham, mas o pai estava muito preocupado com este relacionamento dele com esse cara de 50 anos e pediu que eu interviesse", falou Briatore, para seguir.

"Proibi que este senhor viesse às corridas e mudei o Nelsinho de Oxford para Londres. Coloquei ele no prédio em que eu moro para tê-lo sob controle. Agora Nelsinho me acusa de ter levado seus amigos." O homem a quem o italiano se refere é Marc Cavezzale, antigo amigo da família Piquet e um dos patrocinadores de Nelsinho quando ele estava na F-3, que ofereceu a casa em Oxford para ajudar o brasileiro.

Não contente em atacar apenas o filho, Briatore também fez críticas a Nelson Piquet. "Conheço muito melhor o pai do que o filho e sabemos que ele gosta de denegrir as pessoas. Ele sempre falou mal do (Ayrton) Senna, da mulher de Mansell e por aí vai", disparou.

Nos EUA para assistir a uma corrida da Nascar, Nelsinho disse que não poderia comentar as declarações do italiano. Mas emitiu um comunicado. "Como estou falando a verdade, não tenho nada a temer, seja a Renault ou o Briatore."

"Mesmo sabendo do poder e da influência daqueles que estão sendo investigados e dos enormes recursos que eles possuem, não serei novamente intimidado a tomar uma decisão da qual me arrependa."

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