Jenson Button e a nova equipe Brawn GP viraram de ponta cabeça a hierarquia da Fórmula 1, concretizando um sonho não só do piloto britânico, mas também dos organizadores da categoria.
"Isso virou um conto de fadas", disse John Button, sorrindo abobalhado com uma taça de champanhe na mão, depois da vitória do filho no GP de abertura da temporada, em Melbourne, no domingo. "Minha cabeça ainda não voltou para o lugar. Simplesmente não acredito. Essas coisas não acontecem, não hoje em dia."
De fato, a Brawn se tornou a primeira equipe a vencer uma corrida em sua estreia desde 1977, e a primeira em 55 anos a se lançar com uma dobradinha (Rubens Barrichello foi segundo colocado).
Entre os 18 pilotos que pontuaram em 2008, Button, com apenas 3 pontos, foi o último. Ou seja: em uma só tarde, ele somou mais pontos do que em suas duas temporadas anteriores pela equipe Honda, antecessora da Brawn.
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que tentava há anos aumentar a competitividade do esporte e dar uma sacudida na classificação das corridas e dos campeonatos, não poderia estar mais satisfeita.
Em dezembro, quando a Honda anunciou que deixaria a F1, Button e Barrichello pareciam fadados ao desemprego. Quem apostasse numa vitória de ponta a ponta de um deles pareceria otimista demais.
Mesmo depois que Ross Brawn adquiriu a estrutura da Honda, ainda havia falta de patrocinadores e um carro muito pouco testado. Agora, o bilionário Richard Branson e seu grupo Virgin aderiram à empreitada.
Mas alguns rivais desdenham do resultado, lembrando que a Honda esbanjou pelo menos 300 milhões de dólares na equipe no ano passado, mais do que qualquer outra fábrica, e que o carro guiado por Button passou pelo menos 15 meses sendo desenvolvido.
Enquanto McLaren, Ferrari e afins lutavam pelo título de 2008, a Honda preferiu se concentrar em 2009, preparando-se para as grandes mudanças do regulamento. A crise financeira global do final de 2008 levou a equipe a mudar de planos e desistir da categoria.
O investimento acabou caindo no colo de Brawn, e ele ainda teve a sorte de trocar o mau motor Honda pelo Mercedes, mesmo modelo usado pela McLaren, do campeão Lewis Hamilton.
No domingo, finalmente, a Brawn contou com o azar dos seus rivais. Os dois carros da Ferrari ficaram no caminho, e a BMW-Sauber também poderia ter vencido, se Robert Kubica não se enroscasse com Sebastian Vettel a três voltas do final.
Hamilton, que largou em último, fez uma bela prova e terminou em terceiro.
Além da ex-Honda, outras equipes que foram coadjuvantes em 2008 pontuaram na Austrália: Williams, Toro Rosso e Toyota.
- Alonso: "Se a Corte de Apelações não fizer nada, a Brawn ganhará as 17 provas"
- Hamilton prevê dificuldades na Malásia
- Segundo na Austrália, Rubinho não teme virar escudeiro de Button na Brawn GP
- Renault e RBR planejam "copiar" difusor da Brawn GP
- Trulli é punido, e Hamilton "herda" terceiro lugar no GP da Austrália
- Button e Barrichello fazem dobradinha histórica para a Brawn GP na Austrália
- Felipe Massa admite: "Será difícil alcançar a Brawn"
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura