A Fórmula 1 chega ao Brasil vivendo uma crise econômica sem precedentes. Sem contar com Marussia e Caterham, que não colocarão seus carros no grid por conta de problemas financeiros, a prova de Interlagos, a partir das 14 horas de hoje, terá apenas 18 pilotos, o menor número da história da categoria no país.
O dinheiro nunca falou tão alto na história em 2014, as equipes dividiram um bolo de mais de R$ 2 bilhões. O grande problema é a distribuição desses recursos.
A Ferrari, equipe com a maior fatia, levou R$ 400 milhões, enquanto a Marussia teve de se contentar com R$ 24 mi o valor recebido pela escuderia russa não cobre metade dos custos com motores durante a temporada.
A desigualdade é reconhecida pelo chefão Bernie Ecclestone, que assume sua parcela de culpa, mas admite não saber como resolver a questão. As mudanças recentes no regulamento também tiveram sua parcela na derrocada das equipes.
Os motores adotados em 2014, turbinados e com seis cilindros, tiveram seus custos passados pelas fornecedoras para todas as equipes no momento, apenas Ferrari, Mercedes e Renault produzem unidades. Para 2015, a Honda deve entrar, como parceira da McLaren mas a categoria como um todo corre grande risco. Três escuderias admitiram que não estão certas para a próxima temporada: Force India, Sauber e Lotus.
O contraste entre as equipes grandes e pequenas afeta a parte esportiva da Fórmula 1. Com mais recursos, as escuderias de ponta concentram as vitórias, tornando a categoria menos interessante para o público. Como consequência, os patrocinadores se afastam, prejudicando a economia como um todo. Hoje, a F-1 é uma indústria mundial, marcada pela pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para automóveis. Várias soluções já foram pensadas, mas todas encontram grande resistência.
Uma alternativa ventilada para garantir um grid com 20 carros seria colocar três pilotos nos maiores times. Mas, além de aumentar os gastos nestas equipes, corre-se o risco de criar outro drama.
Em entrevista à revista Autosport, Felipe Massa projetou a possibilidade na atual temporada. "Com um terceiro carro na pista, o campeonato estaria encerrado no meio do ano. Na maioria das corridas a Mercedes colocaria os três carros no pódio", disse o brasileiro da Williams.
Christian Horner, chefe da Red Bull, foi bem claro sobre a postura das grandes equipes em relação à distribuição das receitas. "Estamos aqui para competir, não para patrocinar os outros". A Ferrari também já disse que é contra uma revisão na atual divisão do bolo.
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