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É uma nova Fórmula 1. Em contenção de gastos, por causa da crise financeira mundial. Com mais de um terço da temporada disputado na Ásia e apenas uma etapa deste lado do Atlântico a do Brasil. Carros com visual limpo além de bicos mais largos e aerofólios, porém mais difíceis de serem controlados na pista. Sem falar no Kers, engenhoca de desenvolvimento complicado, que dará impulsos preciosos a tomadas de tempo, ultrapassagens ou fuga de adversários, mas também tem seus efeitos colaterais.
Mudanças que tornam difícil qualquer prognóstico. A categoria se tornou um campo fértil para surpresas. Que o diga a Brawn GP, novidade de última hora, surgida das cinzas da Honda, que espantou a todos com o excelente desempenho nos testes da pré-temporada. Dado como aposentado, era improvável pensar que Rubens Barrichello começaria o ano mirando pódios e vitórias a bordo do modelo BGP 001.
"Sabemos que as equipes ainda desenvolverão muito seus carros durante o ano. Mas não tenham dúvida de que o nosso é competitivo", diz o experiente brasileiro.
Na contramão, a McLaren parece encontrar imensas dificuldades para acertar o novo MP4-24, deixando pessimista o atual campeão Lewis Hamilton. "Pode ser que em Melbourne (domingo) não tenhamos boas expectativas de brigar pelos primeiros lugares, mas toda a equipe está trabalhando muito para voltarmos a andar na frente", reconhece o inglês. Tarefa dificultada, porém, pela proibição dos tradicionais testes ao longo do campeonato, uma das principais medidas para cortar despesas.
Adversário de Hamilton até a última volta em 2008, o ferrarista Felipe Massa não escondeu a surpresa por ver a Brawn voando e a McLaren se arrastando nos testes. "Se as coisas forem reais, com certeza a nossa principal adversária é a Brawn GP", aponta, ainda com certa dúvida de se tudo não passou de um blefe. "Quanto à McLaren é difícil ter uma ideia clara, porque a primeira corrida é o que conta, mas nunca os vimos tão atrás, tão em dificuldades como esse ano", diz o brasileiro, satisfeito com a constância do seu F60.
Para ele, as surpresas não devem se restringir à pré-temporada. Durante as corridas com a saída de vários itens que aumentavam a eficiência aerodinâmica é bom os pilotos se cuidarem para não estragar o fim de semana em um descuido. "Com pneu novo, não mudou muito do ano passado. Mas com ele usado sim há uma diferença grande. Você tem um carro bem mais solto, que escorrega muito mais. É fácil de errar", alerta Massa.
Além dos carros da Brawn, guiados por Barrichello e o inglês Jenson Button, cujo desempenho considerou "espetacular" nos testes, o heptacampeão mundial Michael Schumacher, hoje consultor técnico da Ferrari, apontou Toyota, Renault, BMW e Williams como equipes em condições de brigar pela ponta no começo do ano com Massa e o companheiro Raikkonen segundo a imprensa finlandesa, dando um tempo nas bebidas alcoólicas e extremamente motivado.
Todos em busca de dez pontos a cada corrida. Ou oito, seis, cinco, quatro... Afinal, após protestos intensos de equipes e pilotos, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu adiar para o ano que vem a surpreendente mudança de regulamento que daria o título a quem conseguisse mais vitórias e não pontos. Ou seja, em um ano repleto de mudanças, pelo menos usa coisa continua igual: comemorará o título quem tiver mais regularidade. Virtude que levou Hamilton ao topo em 2008, mesmo com uma vitória a menos do que Massa.
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