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O ataque terrorista ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris, nesta quarta-feira (7), chocou o mundo. Doze pessoas (dez jornalistas da publicação e dois policiais) foram assassinados por três homens que invadiram a redação da publicação. Um quarto envolvido conduziu o carro que levou os assassinos.
O atentado é uma retaliação de fanáticos religiosos muçulmanos pelas charges e caricaturas que o Charlie Hebdo costuma fazer sobre o Islã. Em 2011 a redação já havia sido alvo de um incêndio criminoso por causa de uma charge sobre Maomé.
Além da religião e a política francesa, o futebol era uma das principais fontes para as sátiras do jornal. Nos últimos anos, o polêmico técnico Raymond Domenech, que comandou a França nas Copas de 2006 e 2010, foi um dos alvos preferidos da publicação.
Domenech tinha um critério nada convencional para selecionar jogadores: os escolhia de acordo com os respectivos mapas astrais, mais especificamente, não chamava jogadores do signo escorpião. O meia Ludovic Giuly, um dos destaques do Barcelona à época, não foi convocado para o Mundial de 2006 por esse motivo.
Na Copa de 2010, a França não passou da primeira fase e, antes da partida derradeira, que custou a queda na competição, Domenech enfrentou uma greve dos jogadores, que se negaram a treinar em protesto contra os métodos do treinador. "Obrigado!", publicou na capa o jornal com a imagem do polêmico treinador com cara de poucos amigos.
Outros dois alvos do Charlie Hebdo no meio futebolístico foram os atacantes Frank Ribéry e Zlatan Ibrahimovic.
No caso do atacante francês do Bayern de Munique, as críticas são sobre as polêmicas que o jogador costuma protagonizar, como o envolvimento com prostitutas. Já em relação ao atacante sueco do Paris Saint-Germain, o jornal fez uma charge do jogador esmolando nas ruas de Paris após o governo taxar em 75% a parcela mais rica da população do país.
O Charlie Hebdo também usou o futebol para criticar as mazelas francesas. O esporte foi pano de fundo de várias charges para falar de política, economia, imigração, racismo, xenofobia e até pedofilia.
Uma charge mostra uma fila de jogadores negros acorrentados com um senhor ao lado dizendo "Cotas? Eu recruto e eu vendo, e não há racismo nisso". Em outra, o atacante Frank Ribéry diz "Cotas no futebol: nós queremos mais putas", também em referência ao escândalo do jogador com prostitutas.
Em uma das sátiras mais polêmicas envolvendo futebol, o jornal abordou a pedofilia. A imagem mostra uma menina feliz com o pai assistindo futebol na televisão. "Viva o futebol! "Nesse período o papai não abusa de mim"
Confira as charges de futebol do Charlie Hebdo:
Futebol no Charlie Hebdo