O árbitro Sandro Meira Ricci não relatou na súmula do Atletiba deste domingo a briga generalizada entre torcedores do Atlético, o que atrasou o reinício do clássico no segundo tempo em 11 minutos. O juiz relatou apenas um isqueiro que foi lançado no gramado e a queda do alambrado na comemoração do gol de Paulo Baier, ao fim do primeiro tempo.
Mesmo sem constar na súmula, as imagens da briga das facções Fanáticos e Ultras pode ser encaminhada para avaliação da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), podendo ser aberto processo em que o Furacão corre risco de perder mando de jogos. O STJD já abriu processo no caso da pedra atirada no gramado da Vila, na derrota do Atlético para o Vitória, no final de semana anterior - ainda não há data para o julgamento.
A briga entre membros das facções Fanáticos e Ultras no Atletiba rendeu a prisão de 11 torcedores e a emissão de quatro termos circunstanciados. Com um dos detidos aconteceu uma situação inusitada: foi preso duas vezes no mesmo dia.
O torcedor, que é o presidente da Fanáticos, Fábio Marques, de 33 anos, teria sido primeiramente encaminhado com os outros torcedores à Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), no próprio estádio. Após ser liberado, o mesmo homem, segundo relata a PM, foi detido novamente nas imediações da sede da torcida, próxima à Arena da Baixada, após a torcida ter sido escoltada na saída da Vila Capanema. Ele foi detido com uma pistola calibre 40 e encaminhado com mais dois outros homens ao no 8º Distrito Policial.
A confusão no estádio aconteceu quando um grupo da Fanáticos deixou a reta do relógio em direção ao local onde estava a torcida do Coxa. No meio do caminho, eles foram interceptados pelos integrantes da Ultras, quando começou a briga generalizada. Com o confronto, policiais dispararam balas de borracha, o que gerou mais correria nas arquibancadas.
Isqueiro e alambrado
Antes da briga da torcida, o atacante Bill e o goleiro Vaná, do Coritiba, discutiram com um segurança do Atlético para pegar um isqueiro que havia sido lançado no gramado. Enquanto Vaná segurava o segurança, Bill arrancava o isqueiro dele. O objeto foi entregue à arbitragem e entrou na súmula.
Já a queda do alambrado - também relatado na súmula - no fim do primeiro tempo, quando a torcida atleticana comemorou o segundo gol de Baier. Como muitos torcedores subiram na grade, a estrutura não suportou e cedeu.
Segundo o major Manoel dos Santos Neto, responsável pela segurança do clássico, os policiais tiveram de amarrar o alambrado com cordas. A PM chegou a ser ajudada pela própria torcida para fechar o vão.
No campo, um cordão de segurança dos policiais manteve o controle para que a torcida não invadisse o gramado. "Tivemos de tomar uma medida para minimizar o problema e o jogo prosseguir", disse o major.
Outro lado
Na manhã desta segunda-feira (7), o presidente da Fanáticos, Fábio Marques, negou que tenha sido detido duas vezes pela Polícia Militar. Conforme relatou à Gazeta do Povo, ele não chegou a se envolver na briga ocorrida dentro do estádio e, por isso, não foi encaminhado à Demafe. "Quando teve a confusão, fui para retirar uma integrante da Fanáticos que estava na briga. Não fui nem detido", diz.
Quanto à arma encontrada no carro onde estava, Marques afirma que o objeto não pertencia a ele. Segundo o presidente, a arma - de tipo restrito a uso da Polícia Militar - estava de posse de um componente da torcida. "A gente nem sabia que ele estava armado", declarou.
Para prestar esclarecimentos, Marques foi detido e encaminhado ao 8º Distrito Policial, de onde foi liberado porque outro jovem assumiu o porte de arma.
Briga de torcedores do Atlético
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura