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A pedra jogada em campo no último jogo do Atlético, contra o Vitória, na Vila Capanema, gerou surpresa e desconfiança no Furacão. O árbitro catarinense Paulo Godoy Bezerra relatou que um jogador reserva do time baiano foi atingido aos 41 minutos do segundo tempo, mas o advogado do clube paranaense, Domingos Moro, tem dúvidas dessa informação.

"Amanhã [hoje] vamos ter uma reunião no clube para ver o que aconteceu, mas eu fiquei surpreendido diante dessa notícia. Como uma coisa dessas acontece sem ninguém perceber", indaga.

"Está muito estranho isso. O próprio árbitro diz na súmula que estava relatando algo que lhe contaram. Não teve atendimento médico no gramado, não teve manifestações dos jogadores nas entrevistas coletivas", acrescenta o advogado.

Na súmula do jogo, o árbitro Paulo Godoy Bezerra afirma que "foi arremessada uma pedra pela torcida do Clube Atlético Paranaense, que atingiu as costas do jogador de nº 14 da equipe do E. C. Vitória, Sr.Elosmar Euller Silva Cavalcante, que estava aquecendo atrás de uma das metas. Tal informação foi prestada pelo Capitão da Polícia Militar do Paraná, Silvio César, que presenciou o fato".

Procurado pela reportagem, o capitão Silvio César confirmou o ocorrido. "Após o quinto gol, os jogadores que estavam aquecendo na reserva foram comemorar com os outros atletas. Quando eles voltaram a torcida estava xingando e eu fui pedir para eles [jogadores] se retirarem dali ou não responderem. Foi quando eu vi uma pedra que pegou de raspão nas costas do jogador. Se tivesse acertado em cheio poderia ter machucado", comentou.

"Teve mais gente que viu, não foi só eu", acrescentou o militar.

Procurador do Superior Tribunal de Justiça Des­­portiva (STJD), Paulo Schmitt, admitiu ontem que provavelmente será feita uma denúncia nesta semana contra o Furacão, utilizando o artigo 213 do Código de Justiça Desportiva. A pena possível é a perda de mando de campo de um a dois jogos ou multa de até R$ 100 mil.

Segundo Schmitt, o julgamento deve ocorrer na semana que vem e, mesmo que o Atlético consiga punir o responsável, ainda pode ocorrer problemas para o clube. "Pedra é um objeto complicado. Não dá para ignorar o fato", disse.

Também no final de sema­­na, uma garrafa foi jogada da arquibancada no jogo entre Corinthians e Portuguesa, em Campo Grande. Por isso o Alvinegro paulista também deve ser julgado. O Vasco já foi inocentado neste ano em um caso parecido. A última punição na Série A ocorreu em 2012, quando palmeirenses arrancaram cadeiras do Pacaembu e jogaram no campo. O clube perdeu quatro mandos de campo.

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