O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (PP), que admitiu ter participado da briga entre as torcidas do Atlético e do Vasco em Joinville (SC) domingo (8), pediu demissão do cargo que ocupava no governo do Paraná. O pedido de demissão foi aceito pelo governador Beto Richa, que anunciou o fato pelo Twittter na tarde desta nesta terça-feira (10).Inicialmente, o cargo de Borghetti foi dado como superintendente da EcoParaná, autarquia do executivo estadual ligada à Secretaria do Esporte e Turismo. No entanto, a assessoria de imprensa do governo informou que ele exercia o cargo de superintendente da Paraná Projetos - a extinta EcoParaná. A mudança faz parte das alterações realizadas recentemente dentro da estrutura do executivo. Mesmo assim, a indicação do antigo cargo de Borghetti ainda consta no site da Ecoparaná.
"Acabei de receber e aceitar pedido de demissão do Juliano Borghetti, superintendente da PR Projetos, vinculada à Secretaria de Planejamento", escreveu Richa.
Nota oficial divulgada no site do governo diz que Juliano Borghetti "pediu afastamento da função nesta terça-feira (10/12). O pedido de demissão foi aceito pelo governador Beto Richa, que determinou a publicação do decreto de exoneração do servidor".
No período em que esteve na Câmara Municipal de Curitiba, entre 2008 e 2012, Borghetti chegou a propôor com outros colegas de casa a lei municipal que obriga o cadastro de torcedores em estádios. Na briga que assustou o país, ocorrida na última rodada do Brasileiro, quatro pessoas foram hospitalizadas com lesões graves e três torcedores do Vasco foram presos.
A reportagem procurou por Borghetti, mas até às 16h40 ele não havia atendido as ligações feitas pela equipe.
Política
Flagrado brigando na Arena Joinville, Borghetti tem vínculos com famílias importantes na política paranaense. Foi casado com a também ex-vereadora e deputada do Parlamento Italiano Renata Bueno que é ítalo-brasileira e filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR). Ele também é irmão da deputada federal Cida Borghetti (Pros-PR), presidente do partido no Paraná, que, por sua vez, é casada com o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), um dos principais aliados do governador, de quem Borghetti foi comissionado em 2004 quando o tucano era prefeito de Curitiba.
O ex-vereador exerceu seu mandato na Câmara de Curitiba pelo Partido Progressista, ao qual ainda é filiado segundo consta no sistema de filiação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurado pela reportagem, o presidente do PP no Paraná, o deputado federal Nelson Meurer, disse que não tem nada a declarar sobre o caso. "Cometeu erro tem que pagar", declarou.