Opinião
Improvisações de Carrasco vão abrindo o caminho para o Coritiba
Carlos Guimarães Filho, repórter
Considerando as últimas atuações do time pelo Estadual, o Atlético parece fazer questão de que o título deste ano seja definido em dois confrontos com o campeão do segundo turno, possivelmente o arquirrival Coritiba. A equipe tem oscilado e deixado de somar pontos importantes.
Apesar do meio campo criar inúmeras chances, os atacantes teimam em não empurrar a bola para o fundo da rede. Foi assim na semana passada pela Copa do Brasil quando o time perdeu inúmeras chances e não eliminou o Criciúma logo na primeira partida. E ontem diante do Corinthians Paranaense.
Porém, a solução para o excesso de gols perdidos não passa pelo zagueiro Manoel. Carrasco não precisa inventar. O tradicional treinamento de chutes ao gol continua sendo a melhor opção.
Juan Ramón Carrasco reforçou ontem a fama de "Professor Pardal", que acompanha o treinador antes mesmo dele desembarcar na Baixada. No intervalo do empate com o Corinthians-PR, o comandante rubro-negro substituiu o atacante Ricardinho pelo zagueiro Manoel. Antes de a bola voltar a rolar no Ecoestádio, a expectativa era de que Renan Foguinho, improvisado na zaga, avançasse para o meio de campo empurrando Bruno Furlan para o setor ofensivo. Nada disso.
Dessa maneira, o que se viu no transcorrer da etapa final foi um Manoel perdido na área adversária, sem conseguir criar jogadas ou concluir para gol. Até ontem à tarde, o defensor jamais tinha desempenhado a função.
Na entrevista coletiva, o uruguaio tentou esclarecer os motivos que o levaram a fazer a ousada alteração. "Tem que saber ler a partida. O jogo estava com muitas faltas e nós não temos centroavantes altos para aproveitar as bolas lançadas na área", disse o uruguaio. "O Manoel tem um bom jogo aéreo", complementou.
Novato na posição, Manoel também tentou explicar a mexida. "Ele pediu para eu dar meu máximo. Eu me senti tranquilo. Foi para ajudar o Atlético", ressaltou o zagueiro ao deixar o gramado.
Apesar das explicações, o elenco do Timãozinho criticou a atitude de Carrasco. "Isso é menosprezo ao adversário", disse o treinador Leandro Niehues. "É até uma falta de respeito", emendou o zagueiro Flávio.
No ano passado, na passagem de Renato Gaúcho pelo clube, o volante Fransérgio também atuou como centroavante. Porém, a mais célebre atuação de um zagueiro no ataque foi em 1995, quando Paulo César Carpegiani, técnico do Coritiba, escalou Jorjão com a camisa 9 em um Atletiba no Paranaense.
Avaliação
Craque: Colombo
O goleiro da equipe do Corinthians Paranaense foi o responsável direto pelo empate no Ecoestádio. Diante da pressão rubro-negra e o gramado molhado, o arqueiro foi seguro em todos os lances. As dezenas de oportunidades criadas pelo ataque atleticano exigiram boas e difíceis defesas do jogador.
Bonde: Juan Carrasco
O treinador inventou mais uma das suas. No intervalo, sacou o centroavante Ricardinho e colocou o zagueiro Manoel no ataque. A justificativa do comandante rubro-negro foi de que o time precisava de reforço aéreo no ataque. Porém, a bisonha modificação deixou o setor ofensivo do time enfraquecido.
Guerreiro: Paulo Baier
Mesmo com o campo pesado por causa da forte chuva, o experiente jogador foi a referência da equipe. O meia correu bastante, cobrou faltas e escanteios, orientou os companheiros e criou as melhores jogadas do time, inclusive o lançamento que resultou no gol atleticano de Edgar Junio.