Claudinei para Coutinho: seleção não é garantia de titularidade
Claudinei Oliveira reforçou o aviso ao atacante Douglas Coutinho para que não perca o foco no Atlético com a possível negociação para o futebol europeu e as convocações para a seleção olímpica.
Assim como já havia feito semana passada, nesta quinta-feira (30) o treinador voltou a dizer que o rendimento do jogador na seleção de base não interfere na sua decisão de escalar ou não o jovem atacante.
"Ir para a seleção é bom, mas em termos de elenco, o Coutinho perdeu treinos importantes na transição. Então é normal que fique atrás dos outros, que foram jogando, foram fazendo gols, foram fazendo a equipe subir na competição", alega o comandante rubro-negro.
Claudinei reforça que agora Coutinho tem que mostrar nos treinos seu valor para poder voltar a ser titular. Com a ida para a seleção olímpica, quando marcou um gol na vitória sobre o time sub-23 dos Estados Unidos, em 14 de outubro, Dellatorre voltou à equipe titular do Atlético com boas apresentações.
"Agora o Coutinho tem que esperar a chance dele para recuperar o espaço dentro de campo. Não adianta fora de campo, porque tem time interessado ou porque está na seleção. Aqui nós trabalhamos com mérito", avisa o treinador.
"Temos que ter coerência. Não é porque ele fez um gol na seleção no final de semana que tem que jogar aqui no outro final de semana", reforça Claudinei.
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O técnico Claudinei Oliveira não esconde o incômodo com a possibilidade de o Atlético perder duas de suas recentes revelações, os atacantes Douglas Coutinho e Nathan. Coutinho, 20 anos, está sendo sondado por dois gigantes europeus, o campeão espanhol e vice-europeu Atlético de Madrid e o português Porto, além do líder do Brasileiro Cruzeiro. Já Nathan, 18 anos, briga na Justiça para deixar o Furacão.
Para o treinador, o ideal seria que ambos, por serem novos, se consolidassem como jogadores do Furacão para depois buscarem melhores oportunidades. "Acho que a preocupação principal do Coutinho e de qualquer outro atleta nosso, principalmente os mais jovens, como o Nathan e o Mosquito, é sair daqui como ídolo do Atlético. Senão o cara vai embora, volta aqui para o Atlético e não tem repercussão nenhuma, ninguém quer tirar uma foto com ele, ninguém quer um autógrafo", afirma.
O treinador lembra que se continuarem no Atlético, a possibilidade de ambos se tornarem ídolos no clube é grande. O que não será tão fácil de conquistar caso deixem o Rubro-Negro. "Lá fora vai ter dificuldade, vai ter que encontrar seu espaço, conquistar o torcedor, conquistar tudo de novo de uma coisa que eles estão tão perto de conquistar aqui", afirma o treinador.
A afirmação do empresário de Douglas Coutinho, Taciano Pimenta, em entrevista à Gazeta do Povo quarta-feira (29), em que disse que o atacante "já fez o que tinha de fazer no Brasil", também irritou o treinador.
"Para o empresário, quanto mais cedo o jogador for para fora do país, mais cedo ele recupera o dinheiro que investiu", afirma Claudinei, para na sequência mostrar seu desconforto. "Entretanto, na hora de o jogador fazer contrato, o empresário vem e diz quero 30% dos direitos econômicos. Só que ele não paga 30% do salário. Se quer 30% dos direitos, então paga 30% do salário, 30% da alimentação, investe junto. Aí sim é uma parceria. Mas isso não acontece", criticou.
Se Coutinho e Nathan realmente deixarem o Atlético, Claudinei afirma que ambos perderão a oportunidade de deixarem o país mais tarde, com mais experiência e respeito. Exatamente o que aconteceu com Neymar, com quem o treinador trabalhou nas categorias de base do Santos.
"Se o Neymar tivesse aceitado a proposta do Chelsea [logo que surgiu no Santos], talvez não tivesse virado titular da seleção, porque é provável que ele fosse reserva no Chelsea", afirma.
Claudinei lembra que ao permanecer no Brasil, Neymar não só virou um ídolo de fato, como ainda obteve excelentes contratos de patrocinadores. "Se ele fosse com 17 anos para o Barcelona, ele não faria propagandas como faz hoje, porque o anunciante ia querer o Messi, o Iniesta", compara.
Mesmo discordando, o treinador respeita a posição dos jogadores de quererem sair. Mas faz uma ressalva. "A gente tem de respeitar a posição do atleta, do empresário, mas também a do clube, já que tem uma multa contratual. Se alguém vier e pagar a multa, o clube libera o jogador e pronto", aponta.
No caso de Coutinho, a multa rescisória é de R$ 20 milhões. Já a de Nathan é de apenas R$ 2,4 milhões.
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