Novo caso Nathan

O caso Guilherme x Atlético tem os mesmos ingredientes da polêmica envolvendo o meia Nathan. Ambos assinaram contratos de cinco anos com o clube, mas a legislação brasileira impede que o primeiro vínculo de um jogador profissional seja maior do que três anos. Uma cláusula no primeiro contrato, no entanto, prevê a renovação automática desde que uma das partes (clube ou jogador) manifeste interesse.

Nos dois casos o Atlético quis renovar. Mas os representantes dos jogadores (os pais) questionaram os termos desse primeiro contrato, principalmente no que diz respeito à remuneração.

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Embora garanta que ainda acredita em um acordo, o empresário Neco Cirne mudou o tom e criticou o Atlético na briga judicial travada com o atacante Guilherme Schettine, de 19 anos, na Justiça de Trabalho. Segundo ele, o clube não honrou o compromisso assumido em contrato de que compraria 20% dos direitos econômicos do jogador após o primeiro ano do vínculo.

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Diante da recusa do Rubro-Negro em adquirir a parcela prometida, o empresário afirma que pagou à família o valor correspondente e agora pleiteia o ressarcimento do investimento. "O combinado era que eles pagassem para ele renovar, mas não fizeram isso", cobra.

O jogador já participou do Paranaense em 2013 com o time sub-23 e estava no elenco rubro-negro na última Copa São Paulo. Ele manifestou interesse em permanecer no clube, mas um acordo, que parecia próximo, pode demorar a acontecer.

"Óbvio que ele quer ficar. O Atlético é um time grande. Não estamos o menosprezando. Só queremos o que foi combinado e o que é melhor para o atleta", afirmou Cirne que também gerencia as carreiras de Manoel e Paulo Baier, jogadores que saíram de maneira conturbada do Furacão.

O advogado Daniel Glomb, representante do Atlético no processo, confirma que Guilherme quer ficar no CT do Caju e se disse surpreso com a recusa de acordo por interferência dos representantes do atleta. "O jogador tem interesse em resolver logo. Nos surpreendeu não termos resolvido na audiência [realizada na terça-feira, 20]. Não pelo jogador e o clube, mas por terceiros ligados ao jogador", lamentou. O empresário retrucou. "Tudo mentira. Não tem nada a ver. O jogador está na Justiça e por isso eles inventam isso".

A audiência final do processo está marcada para 24 de fevereiro, quatro dias antes do fim do contrato. Cirne ainda vai tentar um acordo antes disso. "O doutor Décio (Neuhaus, advogado) conversou com o Petraglia e estamos tentando. Pelo jeito vai ficar para a audiência, mas na semana que vem tentamos conversar de novo", contou.

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Para o advogado do clube, o acordo é possível. "Ele tem total interesse em ficar, concorda com os termos do contrato, mas tem sido bloqueado por esses terceiros", defendeu. Caso vença o processo, o jogador ficará livre para assinar com qualquer clube. "Se for entendimento do juiz que ele tem de ficar, vai cumprir o contrato. Senão, ele sai e segue com sua carreira", garantiu Cirne.