Dos dez brigões identificados, apenas três torcedores do Vasco seguem detidos em Joinville| Foto: Diorgenes Pandini/ A Notícia

Ataque

Aliado da Fanáticos, Petraglia critica subsídio a organizadas

O presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, acusou os torcedores do Vasco de serem mercenários e que iniciaram confusão em Joinville para paralisar o jogo com a intenção de levar a decisão para o STJD. "Vieram, de forma premeditada, criar dificuldades para que o jogo não terminasse, que fôssemos para o tapetão, o que seria a última esperança de não voltar ao lugar deles, que é a Segunda Divisão", cutucou ele, em entrevista rádio do clube.

Petraglia ainda classificou o incidente como uma herança de Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco entre 2000 e 2008. "É herança desses dirigentes que investem, prestigiam, dão dinheiro e ingressos para essas organizadas", falou, sendo que o próprio se elegeu presidente em 2010 com apoio da principal organizada atleticana.

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A selvageria nas arquibancadas da Arena Joinville deve custar punição severa ao Atlético e a proibição da presença nos estádios da torcida organizada Os Fanáticos. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) carregou na denúncia contra o clube e o Ministério Público do Paraná indicará hoje a suspensão da facção rubro-negra.

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O MP-PR está amparado no artigo 39-A do Estatuto do Torcedor, que prevê: "a torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos".

"É a alternativa existente para punir a organização. Con­­versei com representantes da torcida e eles estão cientes dessa possibilidade", afirma o promotor Maximiliano Deliberador, da Promotoria de Justiça de Defesa do Con­­sumidor de Curitiba.

Hoje pela manhã o representante do Ministério Público se reúne com a uniformizada. "Vamos aceitar o que eles decidirem. Iremos respeitar, não vamos recorrer à Justiça", comenta Juliano Rodrigues, advogado da facção. "Todos que estavam no estádio viram que quem invadiu e foi para cima foi a torcida do Vasco. Foi legítima defesa", diz, repetindo a tese defendida em nota oficial divulgada ontem pela Fanáticos – na qual critica ainda a atuação das autoridades e afirma que já previa problemas com os vascaínos.

Sacramentado o afasta­­men­­­­­­­­to, não será permitido o acesso nas praças esportivas de faixas, bandeiras, camisas e instrumentos musicais – qualquer coisa que faça menção à torcida, em todo o Brasil. Em caso de descumprimento da medida, firmada através de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), uma multa será aplicada.

Outra envolvida, a Força Jo­­vem do Vasco já recebeu tal suspensão. Em agosto de 2012, o MP-RJ tirou a facção dos estádios por seis meses após o assassinato de um torcedor do Flamengo, em maio. E a multou em R$ 5 mil.

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Mandante da partida, o Fu­­­­ra­­cão deve ser julgado nesta semana. O pacote de denúncias foi protocolado ontem no Rio. O procurador Rafael Fio­­ra­­vante Vanzin recomendou perda de 20 mandos de campo (portões fechados) e multa de R$ 100 mil para o Furacão – para os cariocas, o mesmo valor e 10 mandos.

Além dos clubes, o árbitro mineiro Ricardo Marques Ribeiro poderá ser suspenso por 120 dias e multado em R$ 1 mil. Por fim, o estádio em Joinville pode ser interditado e as federações do Paraná e do Rio, multadas. "É o momento de um basta. Temos visto episódios recorrentes e número excessivo de punições por parte do tribunal", fala Flávio Zveiter, presidente do STJD.

Domingos Moro, advogado do Atlético, criticou as penas. "Falei no tribunal que perda de mando era transferir o local da briga. O que ocorreu demonstrou a falência dessa punição".