O delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), em Curitiba, encaminhou nesta segunda-feira para a Delegacia de Joinville (SC) uma listagem com os nomes de 28 torcedores do Atlético identificados como participantes da briga contra vascaínos no último dia 8, na Arena Joinville, durante partida da última rodada do Campeonato Brasileiro.
No confronto, quatro jovens foram hospitalizados e outros três foram detidos. Com a entrega da lista, a polícia catarinense deve dar andamento ao inquérito, presidido pelo delegado Paulo José Reis, que deve receber também uma lista da polícia do Rio de Janeiro com os nomes dos envolvidos na briga pelo lado vascaíno.
Segundo o delegado Galvão, outros integrantes poderão ainda ser identificados e posteriormente ter seus nomes entregues à polícia do estado vizinho.
"Pelas imagens que tivemos acesso, percebemos que havia aproximadamente de 36 a 40 torcedores do Atlético. Então, ainda temos cerca de oito a 12 torcedores que precisam ser identificados, mas neste momento, na data-limite para a entrega da nossa relação, já é possível a identificação dessas pessoas", disse.
A partir de agora, contou Galvão, o Ministério Público receberá da polícia as informações e vai ter condições de julgar, de forma individual, a ação de cada um dos torcedores envolvidos. "A investigação continua e tudo o que nos pedirem será atendido", afirmou.
Os participantes da briga podem ser acusados de tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Mesmo após as frequentes brigas nos estádios, Galvão diz ser contrário à extinção das torcidas organizadas.
"Não sou favorável à extinção de torcidas, precisamos separar o joio do trigo, não podemos generalizar e sim identificar quem é o arruaceiro e fazer aquilo que a lei prevê que é por na cadeia", disse.
No final de semana, o estudante William Batista, de 19 anos, foi liberado do Centro Hospitalar Unimed, em Joinville, onde estava internado. Ele foi o último jovem a deixar o hospital. William precisou ser retirado do campo em um helicóptero da PM por causa de seu estado grave.
Em entrevista no último domingo, William negou ter agredido alguém antes de ser surrado pelos vascaínos. "Antes de cair no chão, eu acho que mais na hora que as duas torcidas se encontraram ali mesmo a gente ficou de frente assim, mas de trocar socos assim, não", comentou.
Apesar da negativa, as câmeras mostram William chutando um torcedor adversário antes de ser empurrado e massacrado pelos cariocas. Ainda assim, ele não integra a lista de envolvidos entregue.
"Os torcedores que foram hospitalizados não estão nessa relação, pois a polícia catarinense deve ter tomado as medidas que foram necessárias", concluiu Galvão.
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