Weverton diz que títulos são obrigação para o Atlético em 2016| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O goleiro Weverton encerrou a temporada 2015 um pouco mais perto de realizar seu grande sonho. Primeiro colocado em número de defesas no último Brasileirão (108) e escolhido pela Gazeta do Povo como principal jogador do estado no ano, o camisa 12 do Atlético se sente cada vez mais próximo da seleção brasileira – apesar da concorrência forte e das preferências do técnico Dunga.

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Para ajudar na conquista desse objetivo pessoal, uma conquista coletiva, ou seja, um título do Atlético, teria fundamental importância. O Furacão não levanta troféus há seis anos – desde o Paranaense de 2009. Levantar uma taça em 2016 é obrigação, segundo Weverton. Um título ainda consolidaria de vez o jogador como ídolo do Furacão. Confira a entrevista com o capitão rubro-negro.

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Em 2012, quando chegou ao Atlético, esperava ter o reconhecimento da torcida nesta proporção?

Weverton em 2012, quando chegou ao Atlético. 

Sou muito grato por tudo que está acontecendo. Isso é reflexo do que tenho feito no gramado. Desde minha chegada ao clube, muita coisa mudou. Não foi fácil. Apesar de vir de uma conquista de Série B com a Portuguesa e já ter experiência na competição, o Atlético era um time grande. Com certeza a cobrança seria maior e eu tinha que estar preparado. Passamos por momentos difíceis, aprendemos com tudo que aconteceu lá atrás e sou muito grato por tudo que aprendi aqui. Como pessoa, profissional, caráter, liderança, eu cresci muito. Sei que o Atlético vai me dar a condição de chegar onde eu quero.

Como explicar essa admiração da torcida por você, mesmo sem a conquista de títulos?

Selfie com torcedores: marca do goleiro. 
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O que te marca são os títulos, não tem como discutir. Mas mostrar respeito pela camisa, pela instituição, pela história e pelo torcedor pode ajudar a te tornar um ídolo. Mas ninguém terá carinho se você não jogar bem. Procuro ajudar da melhor forma possível, com boas e decisivas atuações. O momento agora é de ganhar um título. Preciso ganhar títulos pelo Atlético. Eles vão chegar e vão chegar logo. Em 2016 teremos muitos desafios, principalmente por tudo o que aconteceu em 2015. Muita coisa boa está por vir.

O assédio por você aumentou. Há algum risco de você deixar o Atlético?

Weverton defende pênalti contra o Internacional. 

Com certeza eu vou estar junto com o Atlético. Acredito no trabalho que está sendo feito. Estamos no caminho certo, nos estruturando para sermos os maiores do mundo. Eu quero fazer parte dessa história, desse crescimento. Temos o melhor estádio, o melhor CT [centro de treinamento]. Está tudo pronto. O que nos resta é fazer um grande trabalho e conquistar o título que a torcida merece.

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Você recebeu propostas de outros clubes?

Noite de autógrafos ao lao de Walter. 

Sim. Eu vejo isso como normal pelo trabalho que foi feito durante o ano. Futebol brasileiro é assim. Chega final do ano, o mercado se mexe e as pessoas procuram quem se destacou. Fico feliz, mas meu foco está no Atlético.

Você acha que merece uma convocação para a seleção brasileira?

Eu acho complicado me autoconvocar, mas os números e as atuações mostram que sim. E acho que mereço uma chance, não seria injusto. Outros também foram bem esse ano, como o Danilo Fernandes [Sport] e o [Alex] Muralha [Figueirense], mas sei que têm pessoas com capacidade técnica que estão de olho. A oportunidade vai chegar. É meu maior sonho.

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O ano foi turbulento, principalmente no início, com o Torneio da Morte do Estadual. Como foi lidar com essas dificuldades?

 

As adversidades existem em todo o clube. Não ficamos confortáveis em ver um time do tamanho do Atlético disputando um Torneio da Morte. Mas superamos e tiramos o clube dessa situação. Essa experiência nos deixou espertos para começar o Brasileiro. Entramos voando, muito bem, brigando pelas primeiras posições. Não conseguimos manter porque todo mundo oscila, mas nossa oscilação foi muito grande. Mas no fim foi um ano bom. Não sofremos como nosso rival sofreu até a última rodada. Tivemos certo conforto e pudemos até testar jogadores. Revelamos alguns como o Otávio, que foi um dos melhores do campeonato.

E as trocas de treinador?

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Às vezes, a troca é necessária, importante, chacoalha o grupo. Porque quem está jogando quer se manter e quem não está tem uma nova oportunidade com um comando novo, uma nova filosofia. As trocas foram nos momentos certos. Quando veio o Cristóvão [Borges], quem não estava jogando voltou a jogar. Começaram a entrar e ir bem. Então, tivemos uma sequência de seis jogos sem perder. Foi importante para termos um ano tranquilo no final.

Você e o Walter viraram grandes amigos. Como é a relação de vocês?

 

Tenho uma identificação muito grande com o Atlético e pelo Walter também ter se identificado muito rápido, criamos uma afinidade. Ele quer muito bem o clube e se comprometeu. Ele queria ser um líder e ajudou muito nesse sentido. Sou suspeito para falar. Ele virou meu amigo e, se um dia nos separarmos, com certeza a amizade vai continuar. É um cara 10. Tem os problemas que todos sabem, mas ainda vai ajudar muito a gente.

Cristóvão é o cara para o ano que vem?

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O Cristóvão é muito inteligente. Começando a temporada, tendo tempo para trabalhar, com certeza fará um grande trabalho. O grupo todo gosta dele. É um cara tranquilo, na dele, e nos deixa à vontade para trabalhar. Um grupo satisfeito produz mais. Tem tudo para ser um grande ano e sabemos que dará tudo certo. Esperamos contar com ele para uma grande temporada.

Já foi dito pelo Mario Celso Petraglia que o Atlético vai disputar o Paranaense-2016 com o time principal. O título estadual é uma obrigação?

 

Se for o time principal, temos a obrigação de sermos campeões. Vamos buscar isso. Respeitamos os adversários, mas o pensamento é se preparar bem para 2016, que será um ano desafiador. O que queremos é isso: títulos. Chegou o momento de brigarmos por isso.