Um gol a cada 2,2 chutes. A eficiência incomum que o atacante Cléo tem mostrado no Brasileiro nenhum dos cinco principais artilheiros do campeonato tem aproveitamento próximo ao dele não é novidade para o responsável pela primeira chance do camisa 9 no Atlético, em 2005.
INFOGRÁFICO: Veja os números do atacante atleticano no Brasileiro
"Ele estava lá [no elenco principal], mas ninguém dava bola para ele. Ninguém o prestigiava", conta o ex-treinador Borba Filho, dono de um olhar clínico para descobrir talentos, como o colombiano Ferreira.
Apesar da técnica que não era refinada, o porte físico e a dedicação daquele jovem de 20 anos chamaram a atenção de Borba, que assumiu o Furacão nas oitavas de final da Libertadores Edinho foi demitido após a derrota em casa por 4 a 0 para o Independiente de Medellín, na última partida da fase de grupos.
Vindo do Olivais Moscavide, da segunda divisão portuguesa, Cléo era um mero desconhecido para a torcida quando entrou no segundo tempo contra o Cerro Porteño. De cabeça, o paranaense de Guarapuava marcou o gol da vitória , o único de sua primeira passagem pelo clube.
Nove anos depois, com uma sólida carreira construída entre Europa e Ásia, ele voltou para se tornar a referência da equipe de Claudinei Oliveira. São nove gols no Nacional e uma precisão inigualável nas finalizações.
O bom posicionamento é a chave para o sucesso do camisa 9. Ele tem três gols na pequena área sempre com um único toque na bola e dois no limite do quintal dos centroavantes, ambos de cabeça, aproveitando seu 1,87 m de altura. Também marcou de sem pulo e no cara a cara com o goleiro, além de dois em cobranças de pênalti.
Em 17 partidas, foi pego em impedimento somente sete vezes. "Ele tem esse feeling de conseguir antever a jogada e saber por onde ela vai passar", elogia o empresário Fábio Baitler.
Além de preencher o espaço deixado por Éderson, artilheiro do último Nacional com 21 tentos, os gols de Cléo foram fundamentais para o Atlético se livrar do rebaixamento com cinco rodadas de antecedência. Na ponta do lápis, o time conquistou quatro vitórias (Corinthians, Flamengo, Criciúma e Botafogo) apenas com gols do camisa 9. Ou seja, 26% dos 46 pontos somados até aqui.
"Para mim não surpreende ver o Cléo como artilheiro. Ele tem disciplina tática, é humilde e o sucesso não sobe à cabeça. Fico muito feliz e orgulhoso", afirma Borba Filho, que relembra uma passagem em que até o técnico alemão Lothar Matthäus se rendeu ao atacante, lá em 2006.
"Estávamos perdendo do Cianorte por 2 a 0, na Arena. O Matthäus olhou para mim e perguntou: coloco o Dênis Marques? Eu falei para pôr o Cléo, que entrou no intervalo e mudou o jogo, mesmo sem fazer gol. No fim da partida o alemão me olhou e disse: Cléo win the game [ele ganhou o jogo] ", relembra Borba.
Rússia burla sanções ao petróleo com venda de diesel e Brasil se torna 2º maior cliente
Entenda o que acontece com o mandato de Carla Zambelli após cassação no TRE
Eleições no Congresso: Câmara e Senado elegem novas lideranças; ouça o podcast
Sob Lula, número de moradores de rua que ganham mais de meio salário mínimo dispara
Deixe sua opinião