Integrantes de organizadas de Paraná e Atlético se cumprimentam em reunião de segurança para o clássico| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

A reunião que definiu o esquema de segurança para o clássico entre Atlético e Paraná, no próximo domingo (16), foi marcada por críticas à Federação Paranaense de Futebol (FPF), que optou pelo Ecoestádio como local da partida. Durante a tarde, algumas horas após o encontro, foi decidido que a partida terá torcida única.

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De acordo com o Major Jorge Santos Neto, responsável pelo policiamento de jogos na capital, a FPF, ao decidir o local do jogo, não respeitou a autoridade da Polícia Militar. "Resolveram sozinhos e consultaram escalas superiores dentro da instituição. A nós cabe apenas acatar a ordem", disse Neto. "Nossa federação não se preocupa com o torcedor: realizar um clássico em um estádio com capacidade para 3.150 pessoas é ridículo", completou.

A PM ressaltou que o custo da operação de segurança para a realização de um clássico para cerca de 3 mil torcedores é o mesmo que a de um jogo para 30 mil pessoas. O efetivo definido para o clássico com as duas torcidas era de 1000 policiais. Não se sabe se esse número será modificado.

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"Será praticamente um policial para cada três torcedores. É absurdo. Como se não bastasse isso, tenho também 10 ofícios pedindo policiamento para jogos de futebol amador. E a torcida do Coritiba voltando no mesmo dia de Paranaguá [após o duelo com o Rio Branco]. Ou seja, tudo que nós pedimos, a FPF faz exatamente o contrário. Eles são incompetentes em gerenciar o futebol do nosso estado", criticou o Major.

A Polícia Militar informou ainda que não escoltará torcedores que estiverem a pé e não haverá separação entre Ultras e Fanáticos, torcidas organizadas do Atlético que são rivais. "Eu não sei qual o problema entre eles, já que torcem para o mesmo time. Mas isso eu não tenho como gerir", afirmou. Também estão proibidas bandeiras, faixas, instrumentos musicais e uniformes de organizadas.

Os clubes também criticaram a opção pelo Ecoestádio. Segundo Carlos Vagetti, advogado do Paraná, a FPF agiu com má fé. "Este jogo foi marcado ontem [quarta] à tarde para que não tivéssemos tempo hábil para tomar medidas cabíveis. Acreditamos que a recomendação da PM, de que o jogo não poderia acontecer, seria suficiente, mas infelizmente não houve bom senso", disse Vagetti.

O representante do Atlético já havia manifestado a vontade pelo clássico com torcida única. "Alguns anos atrás tentamos realizar jogos com torcida única, mas tivemos ações baseadas no Estatuto do Torcedor. Mas se a PM e a organização do campeonato trabalharem em conjunto, se houver essa autorização e uma forma de nos blindarmos contra essas possíveis ações, o Atlético é favorável a realização da partida com torcida única", emendou.

Os representantes da Federação Paranaense, quando questionados pela reportagem, preferiram não se manifestar.

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