O caso do teto retrátil da Arena tem dia decisivo amanhã. César França, diretor-executivo da Lanik I. S.A., empresa fornecedora da estrutura, vem a Curitiba para tentar desatar a instalação da "tampa" do Caldeirão. "Ficarei à disposição do Atlético. O nosso objetivo é entrar num acordo", diz França, responsável pelas operações da organização espanhola nos mercados da América do Norte e do Sul.
Na última terça-feira, a Lanik encaminhou nova proposta ao Furacão. Dos 418 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão) pedidos anteriormente para a instalação, reduziu para 350 mil euros (aproximadamente R$ 1 milhão). Até o fechamento desta edição, o Rubro-Negro não havia respondido a mensagem de França com o orçamento atualizado. Também não havia se manifestado sobre a possibilidade de uma reunião para solucionar a nova polêmica na vida atleticana.
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De acordo com o executivo, o novo valor é inegociável: "Há riscos, impactos que poderão ser causados. Saliento que serão 40 mil pessoas abaixo da estrutura, com novas cargas. É um processo perigoso". O montante pedido é para pagar 20 profissionais que virão da Espanha para orientar o trabalho. Engenheiros, supervisores, mecânicos, pintores e eletricistas. Serão requisitados outros 16 operários brasileiros.
A armação requer ainda a participação de outra empresa, com guindastes e mão de obra serviço pago à parte pelo Atlético. A SGE Estruturas Metálicas, de Araucária, já foi contratada. A previsão é de 40 dias corridos para a conclusão do teto, que livrará o estádio das chuvas. "Nós já tivemos de lidar com prazos apertados para levantar as coberturas da Arena Pernambuco e da Arena das Dunas. E conseguimos cumprir. Seria um novo desafio, mas possível de ser realizado", afirma França.
O Rubro-Negro acertou a realização no estádio do Shooto Brasil, no dia 5 de dezembro na divulgação do evento consta a "inauguração do teto retrátil" da Arena. De amanhã até a data programada para os combates restam somente 51 dias.
O Shooto Brasil é a primeira atração costurada pela nova parceira do Furacão na gestão da Baixada, a G3 United. Apesar da indefinição, os ingressos começam a ser vendidos amanhã, às 16 horas os preços vão de R$ 150 a R$ 2,5 mil.
Caso a discussão não avance nesta semana, prosseguirá nos tribunais. O Atlético já entrou na Justiça contra a Lanik. Na ação, contesta o aumento do valor da instalação de 94 mil euros para 418 mil euros.
A justificativa para o salto de mais de quatro vezes é a mudança no cenário, segundo França: "O primeiro preço foi um estudo para a colocação durante a obra da Copa do Mundo, com o estádio aberto. Agora mudou completamente, será preciso fazer externamente", argumenta.
Outra situação que pesou para o encarecimento foi a desmontagem da estrutura para viajar da Espanha até o Brasil medida tomada na tentativa de deixar tudo pronto antes do Mundial. Será preciso montar tudo novamente. Rogério de Assis, juiz da 21.ª Vara Cível de Curitiba, concedeu liminar favorável ao clube e determinou que a instalação seja retomada em até 15 dias após a citação oficial da empresa. E fixou multa de R$ 100 mil diários em caso de descumprimento. "Se não conseguirmos um entendimento, a empresa vai contestar a liminar e levar adiante o processo judicial", comenta o representante da Lanik.
A reportagem entrou em contato com o Atlético para tratar do assunto, mas não obteve resposta.
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