Considerado a maior joia revelada pelo Atlético nos últimos anos, o meia Marcos Guilherme encarou a intolerância da torcida rubro-negra, no último domingo, na Arena da Baixada. O jovem, de 19 anos, foi muito vaiado após o primeiro tempo da partida contra o Figueirense, quando o placar estava em 0 a 0 se envolveu em um lance que poderia ter aberto o marcador para o Furacão. Na sequência, foi substituído pelo treinador Claudinei Oliveira, ainda no intervalo. Para piorar, Dellatorre, que entrou em seu lugar, marcou dois e ajudou o time a vencer os catarinenses, por 3 a 0.
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A situação, que poderia abalar a confiança de outros jovens atletas, não altera a serenidade de Marcos Guilherme. O camisa 10, atleta que mais atuou pelo Atlético na atual Série A, segue com a "cabeça boa" para ajudar o time a se livrar de vez da ameaça do rebaixamento a equipe está a quatro pontos da área da degola, na 14.ª posição, com 34 pontos.
"Ele está tranquilo e sossegado como sempre. Essas situações são bastante comuns no futebol", garante Ivanir Matos, pai do jogador.
A capacidade precoce que vem demonstrando em lidar com a pressão inerente ao mundo da bola, aliás, não é surpresa para aqueles que acompanham o desenvolvimento de Marquinhos, como era conhecido nas categorias de base. Desde cedo, o atleta foi preparado para lidar com as oscilações que acompanham a carreira profissional.
"Isso é um trabalho que vem sendo feito há muito tempo, a gente vem trabalhando esses problemas há muitos anos, por isso ele é sereno. Ele foi bem preparado, tanto para a glória, como para as dificuldades. A torcida às vezes extrapola, mas ele tem a confiança de todos no clube", garante Rafael Stival, empresário do jogador.
A campanha irregular no Brasileirão e a baixa média de idade do time são fatores que contribuem para o ambiente de pressão e a impaciência da torcida. Enquanto a chegada de Gustavo deu maior equilíbrio ao sistema defensivo, a ausência de alguém mais experiente na meia cancha continuou sobrecarregando Marcos Guilherme o clube buscou a peça até o último dia da janela de transferências, mas não obteve sucesso.
"Acho que não só para ele, mas faz falta para a equipe inteira. Logicamente que o clube buscou essa peça, mas o mercado está inflacionado. Tem de ter paciência, esse time ainda vai render muitos frutos", aposta Stival.
As palavra de Marcos Guilherme, ainda antes do intervalo da partida contra o Figueirense, comprovam os discursos de pai e empresário. "Eu não posso me esconder nessa hora, senão é pior. Torcedor é assim mesmo, quando as coisas estão ruins, pega no pé de alguém", disse, ao som das vaias.
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