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Blatter quer usar rebaixamento como punição ao racismo | Reprodução/FIFA.com
Blatter quer usar rebaixamento como punição ao racismo| Foto: Reprodução/FIFA.com

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, tem como uma de suas metas à frente da entidade que controla o futebol mundial combater o racismo nos gramados. O problema esteve em evidência nos últimos anos, como por exemplo em 2012 na Eurocopa disputada na Ucrânia e na Polônia. Nesta quinta-feira (24), em entrevista ao site oficial do órgão que ele dirige, o dirigente sugeriu a adoção do rebaixamento como forma de punir clubes envolvidos em episódios desta natureza.

"Sinto que o que deveríamos fazer é instruir as federações e confederações, sobretudo os comitês disciplinares, a serem bastante firmes. Não basta dar multa. Jogar sem torcida é uma das sanções possíveis, mas o melhor seria a perda de pontos e o rebaixamento da equipe, porque finalmente o clube seria responsável pelos seus espectadores", afirmou Blatter, lembrando que os clubes devem instruir seus torcedores a não praticar atos racistas.

O dirigente admite que é preciso rigidez contra o racismo, embora ele esteja presente "em toda parte na sociedade". "Nós do futebol não podemos ser responsabilizados pelo que acontece na sociedade. Mas em lugar nenhum do mundo se pode resolver um problema fugindo, seja na vida pessoal, nos negócios ou na política", enfatizou.

Outro problema grave que tem afetado a reputação do futebol mundial é a manipulação de resultados, que visa beneficiar apostadores e movimenta milhões por meio de gangues do crime organizado. Ao comentar o assunto, Blatter cobrou uma postura fiscalizadora de quem for assediado por criminosos.

"(A manipulação) É um dos males do futebol. Se as pessoas souberem que uma partida pode ser manipulada, não vão acreditar mais nos resultados do esporte. Estamos trabalhando junto com as autoridades políticas e com a Interpol. O que é necessário é a solidariedade da comunidade do futebol. Então, quando jogadores, técnicos e árbitros forem procurados por fraudadores, eles deveriam denunciar imediatamente, agindo como informantes. Só então podemos intervir de maneira efetiva. O melhor técnico do mundo, Vicente Del Bosque, falou sobre isso quando recebeu o prêmio de melhor treinador do ano", lembrou.

Corinthians surpreendente

Já ao enumerar os fatos positivos que marcaram o mundo do futebol no ano passado, Blatter lembrou, entre outras coisas, da conquista do Brasil no Mundial de Futsal da Tailândia, competição realizada sob a chancela da Fifa, e ainda reputou como "surpreendente" o título obtido pelo Corinthians no Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro. E o dirigente destacou a presença em massa de corintianos no Japão, onde o time brasileiro atuou apoiado por grande maioria de torcedores.

"Tivemos um campeão surpreendente, mas um bom campeão, no Mundial de Clubes: o Corinthians, grande clube de São Paulo. Os torcedores do Corinthians mostraram ao mundo que são mais que meros torcedores. O Corinthians ganhou a partida contra o Chelsea, o campeão europeu, e houve muita empolgação nas Américas, de norte a sul, pois o continente voltou a ganhar esse título", disse o presidente da Fifa, se referindo ao fato de que um clube da América do Sul não conquistava o Mundial desde 2006, quando o Inter se sagrou campeão.

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