Todos sabiam que a missão do Fluminense era difícil. Trazer da La Bombonera, em Buenos Aires, um bom resultado contra o Boca Juniors sem Fred, Deco e Wellington Nem. Mas para eles havia substitutos. Para o lateral-esquerdo Carlinhos, expulso ainda no primeiro tempo, não havia solução e o time tricolor tem que comemorar a derrota por 1 a 0, nesta quinta-feira (17), com um jogador a menos durante 56 minutos de partida. Para avançar às semifinais da Copa Libertadores, os brasileiros precisarão vencer por dois ou mais gols de diferença, na próxima quarta, no Engenhão.
"O resultado não foi bom. Mas devido às circunstâncias poderia ter sido pior", comentou o goleiro Diego Cavalieri, o principal responsável por evitar um revés por dois ou três gols. Como disse o técnico Abel Braga há uma semana, cada jogo tem sua história e a história do jogo de ida das quartas de final foi a exclusão de Carlinhos por dois lances de irresponsabilidade. Sua saída fez ruir o esquema do treinador, que pretendia explorar os contra-ataques.
Os tricolores pecaram também, no segundo tempo, por se deixar levar pelo nervosismo e se preocupar mais em reclamar do árbitro José Buitrago, da Colômbia, que em alguns momentos se comportou de forma complacente com os donos da casa, como já havia protestado o Corinthians na partida contra o Emelec, nas oitavas no Equador, conduzida pelo mesmo juiz. "Perder um jogador na metade do primeiro tempo fica difícil contra o Boca. Ter de jogar contra o juiz fica mais difícil", reclamou Wagner.
A partir da expulsão de Carlinhos, pelo segundo cartão amarelo, aos 34 minutos, qualquer ambição maior que os brasileiros tinham para a partida precisou ser substituída por muita luta em campo. Seriam 56 minutos de muita pressão.
Antes disso, os argentinos já dominavam o duelo, sufocando o Fluminense em seu campo. O lance mais cristalino foi uma conclusão seca de Schiavi, na qual Diego Cavalieri fez uma defesa para colocar no currículo. No fim da etapa, Roncaglia cortou, de costas, cabeçada de Anderson com o braço na pequena área. O árbitro colombiano nada marcou, em lance polêmico.
Preocupado e em dúvida, Abel Braga segurou a alteração até o intervalo. Decidiu por Thiago Carleto em lugar de Rafael Sóbis. A estratégia não deu certo. Cvitanich encontrou Mouche, aos sete minutos, que chutou cruzado e vazou Diego Cavalieri. Aos 30, Schiavi finalizou a um metro do goleiro tricolor, que salvou a pátria à queima-roupa. Com os xeneizes na tentativa do segundo gol, os brasileiros quase empataram nos minutos finais.
O time de guerreiros se comportou como tal diante do panorama inesperado. E conta com o apoio de sua torcida no Engenhão para superar uma equipe experiente e copeira, que certamente não se deixará derrotar por dois gols de diferença com facilidade.
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